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A experiência do Reino Unido em vida e previdência

Fonte: CNseg

Governo adota medidas para reduzir os impactos financeiros do envelhecimento e aumento da longevidade

O forte impacto do envelhecimento e do aumento da longevidade da população no Reino Unido, à semelhança do Brasil, faz com que um número cada vez menor de pessoas mais jovens arque com os recursos destinados aos mais velhos, parcela cada vez maior de indivíduos. Lá, porém, a entrada da mão de obra de outros países da Comunidade Europeia no mercado de trabalho vem ajudando a minimizar o problema – o que não ocorre por aqui.

As informações foram dadas na palestra “A experiência de suitibility” no Reino Unido no processo de estruturação e comercialização de produtos de vida e previdência, por Simon Godsave, executivo sênior da Divisão de Compliance da Zurich Insurance Group. “Quem pretende se aposentar hoje em dia precisa poupar muito mais, sendo que muitas pessoas não constroem fundos suficientes para garantir o futuro. Acredito que isso se aplique também ao Brasil”.

Para ajudar a reduzir os desequilíbrios em relação aos fundos de pensão, cabe aos empregadores elaborar melhor os esquemas dos fundos de pensão para seus funcionários, de modo a evitar a dependência do estado na aposentadoria.

E quando se fala de estado, o governo do Reino Unido também tem um papel fundamental nessa questão. A começar pelos gastos que chegam a até 1,6 bilhão de libras anualmente no financiamento das aposentadorias do funcionalismo público.

Na busca por minimizar o problema, o governo inglês tem procurado reduzir os encargos para estimular o aumento da poupança, além de empreender diversas outras iniciativas, como o fornecimento de uma série de opções de investimentos para os fundos de pensão, alguns mais arriscados e outros menos, adaptando-se melhor ao perfil de cada investidor.

A questão vem sendo atacada desde 1986, quando foi elaborada uma nova lei de serviços financeiros, que criou uma nova estrutura autorregulatória, além de uma nova lei de serviços financeiros de mercado, em 2000. A partir de 2013, a autoridade regulatória também foi dividida: uma é responsável pela regulação de serviços previdenciários e outra supervisiona a conduta das empresas.

Também foram impostos limites às comissões pagas aos corretores. Este profissional deve estar totalmente vinculado a uma empresa ou não ter vínculo com nenhuma companhia, de modo a aumentar a transparência para o consumidor.  Outra inovação importante, à semelhança do ocorrido no Brasil, foi a obrigatoriedade da existência da figura do ouvidor nas seguradoras, reduzindo, assim, a judicialização dos conflitos.

Após a apresentação de Simon Godsave, o presidente da FenaPrevi, Osvaldo Nascimento, afirmou que a experiência inglesa é parecida com a brasileira, principalmente a partir das mudanças realizadas por aqui em 1997.

Já Edson Luiz Franco, da divisão de Compliance no Grupo Zurich no Brasil, disse ter ficado assustado com o estágio de superregulação no Reino Unido.

Claudio Sanches, diretor do Itaú Unibanco, abordou a questão dos mecanismos de incentivo para a poupança. “As pessoas são ‘programadas’ para não privilegiar o futuro, optando por consumir, além de ter dificuldade para tomar decisões complexas, o que é o caso dos planos de previdência”.

Ricardo Aguida Geraldes, da Bradesco Seguros, afirmou que ‘suitability’ é importante não só para proteger o consumidor na hora da compra, mas também para permitir que as empresas avaliem melhor seus riscos.

Leopoldo Barreto, da SulAmérica, afirmou que as pessoas só se movem com a crise, usando como exemplo a de 2008, quando as empresas importadoras tiveram grandes problemas com derivativos.

No encerramento, Godsave afirmou que, acima de tudo, o planejamento financeiro é fundamental para que se obtenha uma boa aposentadoria.

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