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Com renda em alta e economia estável classes C, D e E são alvo de lançamentos

Fonte: Valor Econômico

Por Felipe Datt | Para o Valor, de São Paulo

De um lado, a estabilidade econômica, o crescimento da renda, a manutenção de baixos índices de desemprego e a consequente ascensão de uma nova classe de consumidores que, em um segundo momento, passa a comprar seguros. De outro, produtos com coberturas mais sofisticadas, que garantem indenizações do capital segurado em casos de diagnósticos de doenças graves - e até para transplantes de órgãos -, passando por produtos populares, com serviços agregados e tíquete inicial de R$ 3,50. A combinação desses fatores está acelerando o crescimento das carteiras dos seguros pessoais no Brasil, que têm nos seguros de vida, prestamista e acidentes pessoais seu carro-chefe.

Estatísticas da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi) mostram que os prêmios de seguros nessas carteiras totalizaram R$ 12,76 bilhões até junho, alta de 20,57% em relação ao mesmo período de 2012. A carteira de seguro de vida somou prêmios de R$ 6,39 bilhões no fim do primeiro semestre, o que representa um crescimento de 18,1% em relação ao mesmo período do ano passado, o que leva o mercado vislumbrar um crescimento superior a 20% neste ano sobre os R$ 9,2 bilhões arrecadados em 2012.
 
A indústria trabalha para oferecer o seguro de vida como um produto de acumulação de longo prazo para formação de patrimônio - e uma maneira de amparar os dependentes em caso de morte do titular. As classes C, D e E estão no radar e uma das estratégias é desmistificar a ideia de que o produto é exclusivo das classes mais altas, desenvolvendo linhas com tíquetes de entrada mais acessíveis e um pacote de serviços agregados.

"A oferta de seguro de vida tem se massificado na medida em que o crescimento da renda e do crédito e a manutenção do emprego possibilitam que as pessoas financiem necessidades como carro, casa e educação dos filhos e passem então a se preocupar com proteção", diz o vice-presidente da Fenaprevi, Lúcio Flávio de Oliveira.

O Grupo BBMapfre viu os prêmios de sua carteira de pessoas crescer 23% até junho e comemorou um market share de 19,6% naquele mês, na liderança do mercado brasileiro de seguros de vida, prestamista (que envolve uma proteção financeira ao segurado em casos, por exemplo, de desemprego) e de acidentes pessoais. Grande parte do crescimento está na maior penetração desses produtos entre as classes mais baixas. O grupo conduziu diversas pesquisas nos últimos anos para entender as necessidades das classes C e D. O auxílio-funeral foi uma demanda detectada. "Em muitas comunidades, sempre que é preciso enterrar um parente em emergência as pessoas recorrem à chamada vaquinha", diz o diretor de seguros de pessoas, Bento Zanzini.

Com esses dados, a seguradora lançou, no ano passado, um seguro para cobertura de funeral no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. O modelo acabou sendo replicado na rede bancária com vendas direta nas máquinas de autoatendimento do Banco do Brasil. O grupo também dedicou, entre seus mais de 30 produtos, um seguro específico para as mulheres, o "Vida Mulher". Em outro produto, oferece um seguro de vida com coberturas para doenças graves.

Na Bradesco Vida e Previdência, a estratégia de abocanhar maior participação entre as camadas inferiores da pirâmide também é evidente. O seguro "Primeira Proteção", com coberturas por mortes acidentais, tem valor de entrada a partir de R$ 3,50 mensais.
 
 

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