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Estudo mostra que seguro de vida na América Latina tem lacuna de proteção de US$ 7,2 trilhões

Fonte: CNSeg

O sólido crescimento econômico na América Latina ao longo da última década estimulou o emprego, a renda e a poupança, bem como a penetração dos seguros de vida na região. Entretanto, segundo um relatório divulgado nesta terça-feira, 24, pela Swiss Re, as vidas de muitos latino-americanos ainda não estão seguradas ou têm cobertura inadequada, atingindo dimensões alarmantes.

A lacuna de proteção contra mortalidade na América Latina é o primeiro estudo desse tipo a abordar países selecionados na América Latina. A morte do chefe da família pode constituir uma grande defasagem na renda familiar e levar a uma queda significativa em seu padrão de vida.

Muitas famílias contam com cobertura financeira, mas a lacuna de proteção para famílias sem seguro é uma grande preocupação. O estudo da Swiss Re revela que, em 2012, em oito países importantes da América Latina essa lacuna de proteção atingia US$ 7,2 trilhões, ou 138% do PIB, o equivalente a uma lacuna de proteção contra mortalidade de USD 60.628 para o trabalhador médio com dependentes.

O relatório também mostra que, em média, essa lacuna de proteção aumentou 10% ao ano desde 2003. "A lacuna de proteção contra mortalidade entre as famílias latino-americanas é alarmante em todos os mercados analisados nesse estudo", afirma Alejandro Padilla, Head de Resseguros da Swiss Re para América Latina Norte. "Mesmo após uma década de forte crescimento econômico, a vulnerabilidade financeira criada para as famílias latino-americanas por essa lacuna é considerável. Essa é uma tendência preocupante para as pessoas e para a sociedade como um todo."

Em 2004, a Swiss Re examinou a lacuna de proteção contra mortalidade nos mercados desenvolvidos na publicação sigma "4/2004: Mortality protection: the core of life" (Cobertura contra mortalidade: o centro da vida) e aplicou a mesma metodologia a outras regiões e países, inclusive os EUA, Reino Unido e Europa Continental e Ásia. O relatório divulgado hoje é o primeiro estudo sobre a lacuna de proteção contra a mortalidade na América Latina.

A lacuna de proteção contra mortalidade atinge toda a América Latina, mas varia bastante entre os diversos países. Embora a lacuna de proteção contra mortalidade exista em todos os mercados abrangidos pelo estudo, seu volume varia segundo o País.

Enquanto, em termos absolutos, o Brasil, a Argentina e o México apresentem a maior lacuna de proteção, Chile e Porto Rico apresentam lacuna nitidamente menor. A lacuna de proteção também pode ser medida como a proporção entre a cobertura existente e a necessária.

A partir dessa perspectiva, a proporção entre poupanças e seguros de vida existentes e o volume de cobertura necessária variava de 10% na Venezuela a 53% no Chile."Isso significa que para cada US$ 100 de cobertura contra mortalidade necessária em 2012, as famílias venezuelanas e chilenas detinham, em média, US$ 10 e US$ 53, respectivamente, em ativos financeiros e seguro de vida", explica Oliver Futterknecht, Economista Sênior da Swiss Re para a América Latina e um dos autores do estudo.

A grande diferença na lacuna de proteção contra a mortalidade nos países examinados pode, em parte, ser atribuída às diferenças no tamanho de suas respectivas populações.

Gargalos. Nos últimos 10 anos, os prêmios de seguro de vida na América Latina apresentaram taxas de crescimento médio de dois dígitos. Embora a penetração e a densidade tenham melhorado nesse período, a demanda por seguros ainda é muito menor que em outras regiões. Em 2012, os gastos per capita com seguro de vida na região foram, em média, de US$ 120, três vezes menores que a média mundial, que é de US$ 373.

Ajudar a reduzir essa lacuna oferece não apenas auxílio de proteção para as famílias latino-americanas, mas também representa uma oportunidade de negócio significativa para as seguradoras do ramo vida. As constatações desse estudo dão às seguradoras as informações sobre onde e como podem ser desenvolvidos produtos de proteção contra a mortalidade para atender as necessidades específicas de cada região.

"As empresas de seguros de vida têm uma oportunidade única para ajudar a sociedade a reduzir essa lacuna e desempenharão um papel importante para educar as pessoas sobre os benefícios e a viabilidade financeira do seguro de vida", explica Margo Black, Head de Resseguros da Swiss Re para a América Latina Sul. "Cabe a nosso setor ajudar as famílias latino-americanas a entender melhor como adequar o seguro de vida a suas vidas e a seus orçamentos."

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