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Reajuste de preços favorece Porto Seguro

Fonte Valor Econômico

Por Thais Folego | De São Paulo

                 Picanço, da Porto: tentativa de melhorar retorno e reduzir o risco das aplicações

O reajuste dos preços de seguros de automóveis e a queda das despesas administrativas renderam à Porto Seguro um lucro líquido no terceiro trimestre 12% superior ao de igual período do ano passado. A ainda expressiva queda do resultado financeiro, contudo, limitou os ganhos.

O lucro de R$ 174,8 milhões veio pouco acima da expectativa de quatro analistas consultados pelo Valor, cuja média das estimativas era de ganho de R$ 170,4 milhões. O lucro líquido no período, porém, teria alcançado R$ 183,2 milhões (equivalente a um avanço de 17,5% em 12 meses) caso o retorno das aplicações financeiras tivesse sido de 100% do CDI. De julho a setembro, a rentabilidade das aplicações da empresa foi de 90% do CDI, ante uma rentabilidade de 111% do CDI há 12 meses. Com isso, o resultado financeiro totalizou R$ 156 milhões, aumento de 32% na comparação com o segundo trimestre, mas 30,7% menor que o do terceiro trimestre de 2012.

O diretor financeiro e de relações com investidores da Porto, Marcelo Picanço, pondera que a queda na comparação anual tem que ser analisada dentro de um contexto de ganhos elevados ao longo de todo o ano de 2012, ou seja, a partir de uma base de comparação elevada. Ele disse, porém, que a companhia tem buscado uma gestão mais ativa da carteira para melhorar o retorno e reduzir o risco das aplicações no curto prazo. Já para a estratégia de longo prazo, a seguradora tem aumentado a exposição a ações e a crédito privado.

Em relatório, os analistas do Bank of America destacam a melhora do resultado financeiro trimestre após trimestre, apesar de ele ainda não ter voltado à média trimestral vista entre 2011 e 2012, de R$ 227 milhões. Segundo eles, a tendência é de aumento do resultado financeiro com a alta da Selic.

Como previa o mercado, a companhia melhorou o resultado operacional. A mudança da composição do lucro líquido em 12 meses mostra bem essa tendência. No terceiro trimestre de 2012 apenas 27% do lucro vinha do resultado operacional. Esse percentual subiu para 55% neste trimestre, o que em termos nominais significa um aumento de R$ 54 milhões proveniente do ganho operacional.

Essa melhora se deve principalmente à melhor relação entre receita e pagamento de indenizações, o que o setor chamada de índice de sinistralidade - quanto menor, melhor. O índice geral da companhia caiu 3,1 pontos percentuais, para 54,7%, impulsionado pelo segmento de veículos, que responde por 70% das receitas da Porto. Segundo Picanço, isso foi resultado do maior combate à fraude, reajuste de preços e melhora da política de renovação.

A queda de 0,8% das despesas administrativas, para R$ 15,7 milhões, também ajudou o resultado. Segundo o diretor financeiro, no médio prazo ainda há espaço para maior redução dessa linha.

A receita total da companhia cresceu 17,8%, para R$ 3,589 bilhões. A receita de seguros cresceu 21,7%, para R$ 3,070 bilhões. O resultado dos negócios não ligados a seguros surpreendeu positivamente, com destaque para a operação de cartão de crédito. A participação desses negócios no lucro subiu para 19%.


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