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Seguradoras precisarão adaptar produtos para crescente população de idosos

Fonte CQCS

 “No futuro, o nosso conceito de trabalho e pensões será completamente obsoleto”, diz o vice-presidente executivo da Allianz e co-organizador do apoio governamental para idosos do Fórum Demográfico anual de Berlim, Volker Deville. É por isso que bancos e companhias de seguros precisarão adaptar seus produtos financeiros. Essa abordagem ganhou destaque com as apresentações e debates do 8º. Fórum Internacional de Seguros para Jornalistas, organizado ontem (24/10) pela Allianz Seguros, em São Paulo. Nesse contexto, os participantes do Fórum concordam que o maior desafio é criar agenda público-privada que sustente o crescimento e o ganho de produtividade da economia no futuro.

As mudanças são vetorizadas por dois movimentos concomitantes: o aumento da expectativa média de vida e recuo da taxa de natalidade, de modo que a população brasileira está em um processo acelerado de envelhecimento. O fenômeno, já registrado em grande parte da Europa, Japão e mesmo em países vizinhos como Argentina e Uruguai, ocorre numa velocidade muito maior por aqui, o que traz enormes desafios nos campos econômico, social e da saúde.

Para melhor noção do cenário que se delineia para as próximas décadas, de acordo com as projeções do Global AgeWatch Index, em 2050, 29% da população brasileira terá pelo menos 60 anos. “Enquanto países como Itália, Holanda e França levaram mais de 40 anos para ver a população com mais de 60 anos dobrar de 10% para 20%, o Brasil não terá esse tempo todo e ainda conservará níveis de renda de país médio quando isso acontecer”, compara o economista e pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcelo Caetano, avaliando que essa rapidez de inversão da pirâmide demográfica terá impactos bastante severos, uma vez que a renda per capita não tem evoluído no mesmo ritmo.

O especialista destacou que o Estado não terá como dar conta de expressivas demandas. “Principalmente nas áreas de saúde e previdência, será preciso que existam complementações público-privadas, até para que as contas do governo não sofram uma pressão ainda maior com a alocação de gastos para a população”.[2]

O diretor executivo da Allianz Seguros, responsável pelas áreas de Relações Institucionais, Sustentabilidade e Global Automotive, Ingo Dietz, apoia necessidade de maior diálogo e cooperação entre a administração pública e o mercado de seguros, tendo em vista que “o trabalho em conjunto com as seguradoras em busca de soluções pode reduzir o impacto do envelhecimento populacional”.

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