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Classe C impulsiona carteira de automóvel

Fonte: Jornal do Commercio - RJ

Em pouco mais de dois anos, a frota segurada pulou de 11 milhões para 15,5 milhões de veículos, crescimento proporcionado pelo ingresso de parte da nova classe média

A participação de consumidores da Classe C na carteira de seguros de veículos aumentou de 29,1% para 41,3% entre 2008 e 2011. E a expectativa no mercado é a de que novo salto expressivo está para acontecer, assim que for lançada uma apólice popular para carros usados, em estudo pelos órgãos reguladores, mas cujo sucesso vai depender da aprovação de um projeto de lei que regulamenta os desmanches de veículos e o uso de peças automotivas originais recauchutadas.

Na avaliação do diretor-gerente da Bradesco Auto/Re, Marco Antonio Gonçalves, "há uma rápida ascensão da nova classe média nas compras de seguros para automóveis". Desse segmento econômico, mais de 4 milhões de pessoas entraram na carteira de proteção automotiva nos últimos dois anos, segundo ele, que divulgou sua análise ao palestrar no 18º Congresso Brasileiro dos Corretores de Seguros, organizado há duas semanas, no Rio de Janeiro, pela federação nacional da categoria (Fenacor). Ele diz que tais novos consumidores impulsionaram a frota segurada de 11 milhões para 15,5 milhões de veículos entre 2011 e julho deste ano.

No mesmo período, o ingresso de parte da nova classe média no seguro de automóvel ajudou a injetar na receita de prêmios movimentada pelas seguradoras, segundo relata Marco Antonio Gonçalves, R$ 16,4 bilhões, registrando crescimento de 21%. Para ele, o corretor de seguros continua tendo papel relevante na disseminação do produto entre as classes de menor poder aquisitivo.

A categoria, contudo, na visão do executivo, deve ficar atenta ao novo perfil desses consumidores, que buscam muito mais informações, em diferentes canais de vendas, antes de efetivar a contratação de um serviço ou a compra de um produto. "Para o brasileiro, a internet, por exemplo, é um ótimo ambiente para compras. Prova disso é que 95% dos homens buscam informações online antes de comprar um carro. Esse percentual chega a 67% no caso das mulheres", revela Gonçalves.

Apesar do uso mais intensivo de meios eletrônicos, o presidente da Federação Nacional de Seguros Gerais (Fenseg), Paulo Marracini, também presente no congresso da Fenacor, não crê que o corretor tradicional perderá espaço para a web. "Nada contra a internet, mas seguro de automóvel não é um livro ou uma passagem aérea. O corretor continua sendo vital", sustenta.

Ele também aposta em um crescimento ainda maior dessa carteira, após a regulamentação do seguro popular para veículos. Contudo, ele assinala que o ritmo de implantação desse produto dependerá da agilidade dos órgãos reguladores, visto que o processo ainda passará por várias etapas.

Desmanche

A viabilidade do produto popular é vista no mercado como dependente da regulamentação das oficinas de desmontes de veículos. Projeto de lei nesse sentido já foi aprovado na Câmara Federal e está, agora, em análise no Senado. "Espero que a matéria seja aprovada nas próximas semanas", diz o presidente da Fenacor, Armando Vergilio, também deputado federal e autor do PL.

Em outros países, as oficinas legais de desmontes tiveram reflexo na queda dos índices de roubos e furtos de veículos, pois dificultam a ação de quadrilhas especializadas em revenda de peças roubadas.

O diretor-executivo da Fenseg, Neival Rodrigues Freitas, acredita que isso se repetirá no Brasil, ocasionando, inclusive, uma redução no preço final do seguro de veículos. "A queda do preço ocorrerá naturalmente", assegura o executivo.

Atualmente, 440 mil veículos são roubados ou furtados a cada ano no País e apenas a metade é recuperada. Grande parte desses veículos alimenta a indústria de desmanche ilegal, cujo faturamento com a venda de autopeças chega a ser cinco vezes acima do valor de mercado do automóvel.

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