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Indicadores de seguros de Portugal pioram com aprofundamento da crise

Fonte: CNseg

Índice de penetração recua para 6,3% em 2012 e mercado registra perda também no consumo per capita

Alguns dos indicadores da indústria de seguros de Portugal começam a se curvar em resposta ao aprofundamento da crise econômica do país. O índice de penetração (prêmio/PIB), por exemplo, caiu do teto de 9,5%, alcançado em 2010, para 6,3%, em 2012. Nos dois últimos anos, aliás, este indicador permanece abaixo do apresentado na Zona do Euro- de 7,6% e 7,4%, respectivamente. O prêmio per capita também está em declínio, baixando de US$ 2 mil, em 2010, para US$ 1,2 mil, no ano passado.

Os dados foram apresentados pelo representante da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões de Portugal, José Almaça, durante a conferência anual da Associação dos Supervisores de Seguros Lusófonos (Asel), realizada na semana passada, no Rio de Janeiro.

Ele explicou que a atividade, apesar dos indicadores em queda, mantém a margem de solvência ainda bastante acima da exigida pelo órgão de supervisão do mercado, situando-se em 233% em 2012, quando a taxa obrigatória era de 172%.

A margem de solvência disponível já alcançou 250% no primeiro semestre do ano. Mas existem já existem desequilíbrios em algumas modalidades de negócios. As seguradoras que exploram o seguro de Acidentes de Trabalho, por exemplo, viram a taxa de sinistralidade superar a casa de 100% em 2012, no prazo de apenas dois anos. Em 2010, a taxa estava em 80% e no ano passado bateu em 118%.

Com o índice combinado no vermelho, o órgão de supervisão começa a cobrar os primeiros planos de recuperação das seguradoras especializadas em Acidentes de Trabalho, concedendo o prazo de três anos para aportes graduais visando equilibrar a operação.

Nos demais ramos, a sinistralidade não atinge níveis tão alarmantes. Em Automóvel, a sinistralidade oscilou entre 60% e 80% entre 2010 e 2012. E é justamente a crise econômica que ironicamente freia a sinistralidade, porque há uma menor utilização dos carros. “A crise reduziu o número de carros na rua, o que também impacta positivamente a frequência de sinistros", explicou ele.

A desaceleração do mercado português de seguros tem a ver também o bancassurance. Como os bancos precisavam ampliar os depósitos a prazo, as instituições passaram a desestimular a venda de seguros. Mas a recuperação gradual dos capitais financeiros volta a recolocar os bancos no jogo, acenando com alguma reação da indústria de seguros.

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