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Bradesco: Seguradora terá avanço menor em 2014

Fonte: Valor Econômico

Por Thais Folego e Daniela Machado | De São Paulo

O Bradesco projeta um crescimento menor para a operação de seguros neste ano. A meta é de avanço de faturamento entre 9% e 12%. Em 2013, a receita das operações de seguros, previdência e capitalização do banco totalizou R$ 49,7 bilhões, uma expansão de 12,3% em relação a 2012. O desempenho ficou no piso da projeção do ano passado, que era de avanço entre 12% e 15%.

O grupo Bradesco Seguros apresentou lucro líquido ajustado de R$ 3,7 bilhões no ano, equivalente a 30% do resultado do banco. No quarto trimestre, o ganho foi de R$ 1 bilhão, 3,8% superior ao de um ano antes.

Segundo Marco Antônio Rossi, presidente do grupo segurador e vice-presidente do banco, a menor projeção de crescimento se deve às mudanças nas regras de aplicação dos ativos de planos de previdência, ocorridas no ano passado, que impactam a receita desse negócio, relevante para o grupo. A carteira de vida e previdência responde por 50% do faturamento.

"Elas causaram uma certa apreensão e redução do crescimento dessa carteira", disse Rossi ao se referir às novas regras, que obrigam os gestores a alongar o prazo de vencimento dos ativos das carteiras de previdência complementar aberta. A forte volatilidade do mercado de renda fixa no ano passado, que provocou perdas nas cotas desses planos em alguns meses, também afugentou alguns investidores.

Segundo Rossi, a companhia está vendo como as contribuições aos planos de previdência vão se comportar e, em cenário de estabilidade, pode revisar a projeção. Segundo ele, para os outros segmentos (de automóveis, saúde e títulos de capitalização) a expectativa é de avanço superior a 12%.

No quarto trimestre, o grupo fez ajustes em suas provisões e em sua carteira de títulos públicos. Como em uma operação houve "ganho" e na outra perda na mesma proporção, o saldo desses eventos extraordinários foi nulo.

Para constituir reservas técnicas, a seguradora desconta os seus passivos a uma taxa de juros livre de risco. Até meados do ano passado, cada seguradora escolhia que taxa aplicar. Em dezembro, a Susep, órgão regulador do setor, determinou a utilização de uma taxa padrão. Segundo Rossi, como a taxa usada pelo Bradesco era mais conservadora, isso permitiu que a companhia revertesse provisões técnicas, o que gerou um resultado positivo líquido de impostos de R$ 1,4 bilhão (R$ 2,6 bilhões brutos).

Com isso, a seguradora resolveu mexer no ativo para aproveitar o aumento das taxas de juros oferecidas por títulos públicos. A companhia negociou R$ 6,9 bilhões em papéis do governo, o que gerou um prejuízo líquido de impostos de R$ 1,4 bilhão. Essa operação também foi feita pelo banco. No total, o conglomerado negociou R$ 41,9 bilhões.

Em paralelo, a seguradora reclassificou R$ 19 bilhões de títulos de "disponível para venda" para "mantidos até o vencimento". Assim, a marcação passa a ser na curva (segue a trajetória de remuneração do papel), e não mais as flutuações do mercado. A mudança gerou ganho de R$ 479,3 milhões, com impacto no patrimônio.
 

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