Breaking News

Lloyd's traz mais uma resseguradora ao Brasil

Fonte: Valor Econômico

Por Renata Batista | Do Rio

Em visita ao Brasil, o diretor de mercados internacionais do Lloyd's, Vincent Vandendael, anunciou a entrada no país de um novo participante do mercado, a Hiscox, especializada no desenvolvimento de seguros e resseguros sob demanda. A Hiscox é a décima empresa com operação local por meio do Lloyd's - entidade que administra os sindicatos de seguros e resseguros de Londres.

De acordo com o diretor do Lloyd's no Brasil, Marco Castro, a Hiscox será a décima companhia entre as 90 que compõem o mercado todo a ter representação local. No ano passado, já haviam tomado a decisão de ingressar no mercado brasileiro as resseguradoras Starr e Beazley. Com isso, a operação brasileira do Lloyd's se posiciona como a terceira em número de agentes com atuação local em mercados emergentes. São 10 no Brasil, 22 em Cingapura e 17 na China.

"É possível que mais duas iniciem operação local ainda este ano, mas não há nada decidido", afirmou Castro. Segundo ele, a chegada da Hiscox ao país representa, na prática, um atendimento mais próximo de seu principal cliente brasileiro, a Petrobras. "A Hiscox já é líder do consórcio de resseguradores da Petrobras, em um contrato de US$ 200 milhões por ano", disse.

"O Brasil representa cerca de 40% da produção regional ou 1% da global", disse Vandendael, que aposta nos segmentos de infraestrutura e no crescimento da classe média para avançar no país.

Durante a visita que faz ao Brasil nesta semana, o ministro das Finanças do Reino Unido, George Osborne, saudou a decisão da Hiscox de se juntar à plataforma de resseguros do Lloyd's no país.

Em dezembro, o governo britânico publicou um plano de ação de crescimento destinado a sedimentar a posição do setor de seguros britânico como líder global e aumentar a sua contribuição para o crescimento econômico. O plano de ação identificou o Brasil como um mercado fundamental para o crescimento do setor. Nesse contexto, o governo britânico pretende desenvolver uma abordagem coordenada para ajudar as seguradoras do Reino Unido a aproveitar as oportunidades disponíveis no Brasil.

Complexo, o modelo do Lloyd's - que o ex-presidente do Banco Central e atual conselheiro global do grupo, Henrique Meirelles, define como uma bolsa de resseguro - será explicado para 250 clientes em um evento amanhã no Rio de Janeiro. Diferentemente da BM&FBovespa, os "pregões" do Lloyd's não migraram para o formato eletrônico e ainda ocorrem no sistema viva-voz.

Segundo Meirelles, a decisão de crescer no Brasil está tomada. Mas a forma de fazer isso ainda está em discussão no grupo. Segundo o ex-presidente do BC, a atividade de resseguros é de longo prazo e não está sujeita a fatores conjunturais. "O mercado de seguros tem uma dinâmica de mais longo prazo do que outros mercados. As necessidades de seguros vão continuar crescendo proporcionalmente mais do que o PIB", resumiu.

Depois de apostar na abertura do mercado brasileiro de resseguros, o Lloyd's prepara-se para ter presença local também no México e na Colômbia.

"Para o Lloyd's não é tão simples porque não somos uma companhia, mas estamos conversando nesses países para conseguir o reconhecimento de nosso modelo. Todas as pessoas com quem conversamos têm sido receptivas", disse Vandendael, lembrando que a organização precisará passar, em qualquer caso, pela aprovação das autoridades locais.

Segundo ele, as estratégias para Brasil, Colômbia e México refletem o crescente interesse do grupo na América Latina. Apesar do foco, porém, o Lloyd's ainda não decidiu se aumenta suas fichas no Brasil, onde opera com uma licença de resseguradora admitida. Para se tornar uma resseguradora local, o grupo precisaria integralizar um volume maior de capital no país, de R$ 60 milhões, enquanto a licença atual de resseguradora admitida exige R$ 5 milhões.

Nenhum comentário

Escreva aqui seu comentario