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XL volta a seguro de grandes riscos

Fonte; Valor Econômico

Por Thais Folego | De São Paulo

                          Hewett e Rodrigues: expansão de equipe para suportar crescimento no país

A seguradora americana XL Seguros voltou a atuar com grandes riscos no Brasil. A companhia ficou conhecida por aqui pela associação que teve com a seguradora do Itaú entre 2006 e 2009 e, depois disso, teve uma atuação mais tímida, atendendo principalmente clientes multinacionais com operação no país.

Para a nova fase, a companhia contratou um executivo local para comandar a operação brasileira, entrou em novas linhas de seguros, está expandindo a equipe e mudando de escritório na capital paulista.

Hoje são 40 funcionários, mas a expectativa é que a equipe chegue a 100 pessoas. Para acomodar a expansão, a companhia está de mudança para um andar inteiro de um prédio na Avenida Faria Lima, centro financeiro de São Paulo.

"Não queremos ser a maior seguradora, mas sim estar nos riscos grandes e complexos, que é o que sabemos fazer", conta Renato Rodrigues, que está à frente da XL Seguros Brasil desde junho do ano passado.

O foco da seguradora são grandes empresas, com faturamento anual superior a R$ 700 milhões. Para atender riscos de maior porte, a companhia renegociou o seu contrato de resseguro, que agora tem uma capacidade maior de aceitação de riscos.

A XL atua na maioria das linhas de seguros corporativos: riscos de engenharia, propriedade, responsabilidade civil, transportes e linhas financeiras (responsabilidade civil profissional e de executivos). Começou a atuar no fim do ano passado com seguro garantia, que cobre a entrega de obras e serviços conforme o contrato. "Fizemos R$ 4,5 milhões em garantia só no fim do ano e este ano começou bem", diz Rodrigues.

O segmento de seguro garantia cresceu de maneira expressiva nos últimos anos e atraiu muitas seguradoras para um mercado que hoje fatura R$ 1 bilhão. Isso fez com que os preços da cobertura caíssem muito. Segundo David Hewett, diretor mundial da seguradora para a área de garantia, o mercado brasileiro ainda continua atraente, apesar da queda das taxas nesse segmento.

"O país ainda tem muitas obras de infraestrutura pela frente e, por isso, vai precisar de muita capacidade [de absorção de riscos das seguradoras]", diz Hewett, que esteve recentemente no Brasil para definir a estratégia da XL na área de garantia. "Estamos olhando as oportunidades e focando no que fazemos bem, não vamos fazer tudo."

Questionado se a companhia tem interesse em comprar a seguradora de grandes riscos do Itaú, que está à venda, Rodrigues disse que não pode comentar o assunto, pois a XL tem capital aberto no exterior. Fontes do mercado dizem que a XL chegou a olhar o prospecto inicial do negócio, como a maioria das seguradoras que atuam com grandes riscos no país.

Em 2013, a companhia teve um faturamento de R$ 45 milhões em prêmios de seguros, ante R$ 8 milhões um ano antes (o primeiro de operação no país), e um prejuízo de R$ 5 milhões, ante prejuízo de R$ 1,5 milhão em 2012. Em razão do grande volume de reservas técnicas que precisam ser constituídas e do alto custo de operação inicial, é natural para as empresas de seguros que o ponto de equilíbrio entre receitas e despesas leve até três anos para ser atingido.


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