Breaking News

Cresce sinistralidade de seguradoras

Fonte: DCI

O índice de sinistralidade (diferença entre as receitas apuradas com seguros e as indenizações pagas) das quatro maiores seguradoras do país apresentou pequena alta no trimestre, de acordo com dados do balanço das empresas. Normalmente o índice é puxado por duas carteiras específicas: automóvel e saúde. 

O índice da Bradesco Seguros fechou o trimestre em 70,1%, aumento de 0,5 pontos percentuais comparado com o mesmo trimestre de 2013. No entanto, comparado com o quarto trimestre do ano passado, o índice tem uma queda de 1,0 pontos percentuais. "Isso contribuiu para o crescimento do lucro líquido do Grupo Segurador, que evoluiu 11,8%, quando comparado ao mesmo período do ano passado", comenta o presidente da Bradesco Seguros, Marco Antônio Rossi. Em 12 meses, as carteiras que mais puxaram esse índice foram de Saúde, com 82,2%, aumento de 0,8 pontos percentuais e Automóvel, com 68,5% , elevação de 2,5 pontos percentuais. 

Apesar de menor, o índice de sinistralidade da Porto Seguro também teve um aumento de 2,3 pontos percentuais, fechando março desse ano em 58,2%. O índice foi elevado pela carteira que tem maior rentabilidade para as empresas, que é automóvel. Segundo o professor de MBA Atuarial da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), Antônio Cordeiro Filho, o aumento nos pagamentos de sinistros para essa modalidade se deve ao elevação dos furtos e roubos nesse trimestre. 

O gerente de RI da Porto Seguro, Ricardo Fuzaro, esclarece para automóveis fica difícil controlar os sinistros por se tratar de questões de segurança pública. Somente a capital paulista o aumento em 12 meses de furto de veículos foi 8,8% e roubo de 18%, de acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo. "Quem sofre com isso é a própria sociedade, pois o seguro passa a ser mais caro", afirma Fuzaro. 

A proprietária da Baroni Seguros, Gildette Baroni, comenta que as ocorrências de batidas e roubos de carros no início do ano também são agravadas pelas férias e pelo feriado de carnaval. "O seguro de automóvel tem essa taxa maior nas seguradoras justamente porque ao financiar o veículo, as pessoas se preocupam em ficar sem seu patrimônio durante o pagamento das parcelas", finaliza Gildette Baroni. 

Mesmo com pequenos aumentos, os índices apresentados pelas companhias são considerados normais para o mercado, segundo O professor da PUC-SP, Cordeiro Filho. "Índices considerados em alta estão acima de 75%", afirma o professor. 

A SulAmérica Seguros, nesse trimestre, apresentou um índice geral de sinistralidade de 77,5%, acima do comentado por Cordeiro Filho, no entanto, ele apresenta queda de 0,4 pontos percentuais em um ano. Mais uma vez o índice é puxado pela carteira de Automóveis e Saúde e Odontologia, sendo compensada. "No caso da sinistralidade em saúde são impactadas pelas normas da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que por causa do alto custo em saúde, exige das operadoras que atendam mais", disse Cordeiro Filho. 

Já a BB Seguridade foi a que apresentou menor índice das demais seguradora, com 53,3%. No entanto, foi a que apresentou maior aumento. Foram 18,9 pontos percentuais comparados com o mesmo trimestre de 2013. 

O professor do MBA de Atuarial da PUC enfatiza que o aumento da sinistralidade afeta diretamente a rentabilidade que por sua vez repassa isso ao valor dos seguros. 

Mesmo com índices elevados, as seguradoras garantiram sua rentabilidade. A Bradesco fechou seu retorno sobre patrimônio líquido (ROAE) em 26%. A BB Seguridade fechou o trimestre com ROAE em 46,7% e SulAmérica Seguros em 15,3%, aumento de 3,1 ponto percentual em 12 meses. Já a Porto Seguro em 12,5%, 2,2 pontos percentuais a mais que o primeiro trimestre de 2013. 

Nenhum comentário

Escreva aqui seu comentario