Breaking News

Seguradoras registram vendas de R$ 177 bi e lucram R$ 14 bi em 2013, segundo resenha da Siscorp

Fonte: Sonho Seguro

Dados são da Susep, e números não consideram o seguro saúde

O mercado de seguros brasileiro encerrou 2013 com faturamento de R$ 177,6 bilhões, cifra 13% superior ao resultado de 2012, segundo dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep), organizados pelo consultoria Siscorp. Os números não consideram o seguro saúde. O avanço ficou abaixo dos 20% previstos no início do ano em razão da desaceleração do segmento de previdência privada aberta. Desse valor, R$ 50,6 bilhões voltaram para a sociedade em pagamento de indenizações ou resgate de planos de previdência e títulos de capitalização. O lucro líquido do setor avançou 17%, para R$ 14 bilhões em 2013.

Segundo estimativas da consultoria Siscorp, para 2014 o crescimento do ganho será menor, de 5%, porém a lucratividade será mantida. O lucro sobre o patrimônio de final de período ficou em 21% em 2013. Caixa, Porto Seguro e HSBC apresentaram o melhor indicador, com 51%, 37% e 36%, respectivamente. O patrimônio liquido do setor apresentou leve aumento (2%), para R$ 62 bilhões. Já as reservas técnicas avançaram 12%, para R$ 452,8 bilhões. O índice combinado, que mede a eficiência das companhias, apresentou significativa melhora de seis pontos percentuais, saindo do índice de 93% em 2012 para 87% em 2013.

Em seguro gerais, o consumo desaquecido, o alto endividamento das famílias e o encarecimento do crédito desaceleraram o ritmo de contratação de alguns seguros, como automóvel e seguros vendidos pelo varejo, como garantia estendida. Mesmo assim, o segmento registrou vendas de R$ 57 bilhões em 2013, avanço de 19%. O ramo automóvel começou 2014 com boas perspectivas, como a aprovação da lei que vai permitir uso de peças usadas para conserto de automóveis dentro dos planos de seguro. Em 2013, as vendas de seguro de carro atingiram R$ 29,3 bilhões, alta de 19% em relação a 2012.

A venda de veículos novos no Brasil caiu 0,9% em 2013, na primeira queda anual em 10 anos, informou a associação que representa as montadoras, Anfavea. Foram vendidos 3,77 milhões de veículos, ante 3,8 milhões em 2012. A produção subiu 9,9%, para 3,74 milhões de unidades no ano. Já em 2014, as montadoras enfrentam queda nas vendas e pedem apoio do governo para que possam manter o emprego dos trabalhadores da indústria, panorama que preocupa as seguradoras.

O seguro habitacional tem sido beneficiado pela forte expansão do crédito imobiliário nos últimos anos. O faturamento em 2013 ficou em R$ 2,2 bilhões, aumento de 24% sobre o valor obtido em 2012, quando as vendas foram de R$ 1,7 bilhão. Segundo os especialistas, o seguro habitacional tende a aumentar a sua participação atual de 3,9% no mercado segurador diante das expectativas positivas com a manutenção do bom desempenho do mercado imobiliário, mesmo com a economia andando de lado em 2014. O faturamento do seguro DPVAT somou R$ 4,2 bilhões em 2013, contra R$ 3,5 bilhões registrados nesse período em 2012 – um crescimento de 18%.

Um avanço creditado ao investimento em comunicação pela Líder Seguradora, que tem como meta a conscientização da sociedade sobre os benefícios do seguro obrigatório para indenizar acidentes de trânsito. O seguro rural vem se destacando em índice de crescimento, com avanço de 58% em 2013, para R$ 2,3 bilhões. Para 2014, há grandes expectativas nesse segmento. O Plano Safra destina R$ 700 milhões para o seguro rural, que indeniza produtores em caso de quebra de safra. O governo estuda mudanças no modelo de seguro rural para os próximos anos.

As apólices deixariam de estar atreladas apenas à produção e passariam a considerar também o faturamento. O objetivo é que o seguro rural cobria não apenas a quebra da produção, mas eventuais quedas de preços, considerado um modelo mais adequado ao produtor rural. Vida também se destacou nas estatísticas do ano, com faturamento R$ 25,9 bilhões. Boa parte do crescimento de 18% veio do seguro viagem e também do prestamista, que garante o pagamento da dívida diante de morte, invalidez ou desemprego do titular. Microsseguros, contabilizados pelo primeiro ano, totalizaram prêmios de R$ 9,1 milhões. Para 2014, a Siscorp projeta um salto de 129%, para R$ 21 milhões.

Previdência, que há mais de uma década era o grande destaque de crescimento da indústria de seguros, dessa vez é citada pelos especialistas pelo fraco desempenho. A previsão inicial das seguradoras era de crescimento de 20%, mas o setor encerrou o ano com 13%, praticamente em virtude do desaquecimento do segmento de previdência. O VGBL, por exemplo, que crescia num ritmo superior a 30%, encerrou 2013 com alta de apenas 4%, com arrecadação de R$ 62,2 bilhões.

Já os planos PGBL e tradicionais totalizaram R$ 11,5 bilhões, 5% mais do que o ano anterior. A captação dos fundos de previdência apresentou recuperação no primeiro trimestre de 2014, mas ainda não o suficiente para levar as apostas de crescimento do segmento para dois dígitos. A expectativa da FenaPrevi é encerrar o ano acima de 10%, dependendo da volatilidade consequente de eventos importantes da economia local e internacional, segundo comentou Osvaldo do Nascimento, presidente da federação que representa as empresas de previdência privada, em evento do setor no mês de maio. Dados da Siscorp projetam avanço de 5% para a arrecadação do VGBL, encerrando 2014 com R$ 65,5 bilhões.

O segmento de capitalização cresceu 26%, para R$ 20,9 bilhões, motivado pela maior oferta do produto no canal bancário e inclusão do produto em outras apólices comercializadas pelo setor, como vida, acidentes pessoais e residência, além do aumento da competição entre as empresas. Marcos Barros, presidente da Fenacap, atribuiu a expansão acelerada à oferta de produtos diferenciados, como o título para garantia de aluguel e os da modalidade de Incentivo, ainda que o produto tradicional, de acumulação associada ao sorteio de prêmios, ainda seja o carro-chefe do setor. “O produto vem se consolidando como instrumento adequado para estimular o brasileiro a formar reservas”, avaliou. Os resgates atingiram os R$ 17,6 bilhões. “Isso é dinheiro que movimenta a economia”, finaliza o presidente da Fenacap.

Ranking

Segundo dados da Siscorp, a BB e Mapfre encerrou 2013 como a maior do setor de seguros gerais, com R$ 34,5 bilhões, com 24% de market share. A Bradesco vem em segundo, com R$ 28,4 bilhões, seguida pela Itaú Unibanco com R$ 21,3 bilhões; pela Porto Seguro, com R$ 10 bilhões; e pela Zurich Seguros, encerrando o ano na quinta colocação, com R$ 8 bilhões. Caixa (R$ 7,2 bilhões), SulAmérica (R$ 3,9 bilhões), Allianz (R$ 3,4 bilhões), Tokio Marine (R$ 2,57 bilhões) e HSBC (R$ 2,52 bilhões) completam o ranking das dez maiores seguradoras do Brasil em 2013. –

Nenhum comentário

Escreva aqui seu comentario