Breaking News

Corretores relatam os riscos de baratear as apólices

Fonte: CQCS

O ditado que diz: “o barato pode sair caro”, se aplica muito bem quando a questão é baratear demais as apólices de seguro. A corretora Ciene Rodrigues, da Zentai Hoken Corretora de Seguros, fala das consequências que os clientes podem sofrer nesses casos.

“Um dos problemas é a companhia seguradora não poder atender a contento aquilo prometeu na apólice. Muitas companhias colocam os preços lá embaixo para atrair os clientes, mas com o passar do tempo, a sinistralidade fica bem alta e a seguradora vem com reajuste de 30% a 40% e isso espanta o cliente. Outra consequência é não conseguir manter o preço”.

Ciene exemplifica sua visão com uma situação do seguro de automóvel, um dos mais populares no mercado.

“Quando a seguradora barateia muito o preço, ela não consegue ter prestadores de serviço em número suficiente, por exemplo, com assistência mecânico – o guincho ela precisa terceirizar e esse terceirizado fica muito sobrecarregado fazendo o serviço ficar lento. O corretor inexperiente, que está começando e quer fazer dinheiro fechando vendas, não tem tino comercial de avaliar cada companhia. Quando se está há 10 anos no mercado, o profissional já consegue filtrar quais as seguradoras que podem estar com preço bom naquele momento, mas que vão conseguir honrar o que estão prometendo, daquelas que só querem colocar cliente para dentro”.

Gisele Maria Alencar, corretora Pessoa Física, aponta a sinistralidade e as falsificações como riscos em baratear as apólices.

“Um dos maiores problemas de hoje são as fraudes dos próprios segurados ao não informar alguém alcoolizado na batida de um carro ou, na área de saúde, ao responder uma CPT e colocar que não tem determinada doença, quando a possui. Eu acho que o barateamento parte do segurado ao omitir informações. E isso é primordial porque posteriormente vai dar um sinistro alto, e consequentemente vai aumentar cada vez mais a cotação para os que fazem de forma correta”.

Segundo Raimundo Cintra, da Maruaga Corretora de Seguros, quando há redução de coberturas ocorre também a perda de direitos a benefícios.

“Sem os benefícios, o segurado acaba tendo prejuízo muito maior quando ocorrer um eventual sinistro. Você fica com um seguro que não vai te atender a real necessidade. O papel do corretor é orientar o segurado e explicar o que ele pode sofrer com essa redução, às vezes o custo-benefício não compensa. É nossa responsabilidade oferecer o melhor para ele, e nem sempre o mais barato é o melhor”.
 

Nenhum comentário

Escreva aqui seu comentario