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Um dos principais riscos da previdência aberta é o da seguradora

Fonte: Valor Econômico

Por Sérgio Tauhata | De São Paulo
 
Entre especialistas e gestores de fundos de investimento que recebem recursos de PGBLs e VGBLs existe uma unanimidade: previdência é, ou deveria ser, sinônimo de longo prazo. "A instabilidade vista no ano passado foi apenas um capítulo numa história muito mais longa. O conceito tem essa lógica de olhar para um horizonte distante", afirma Mariane Bottaro, superintendente de gestão estratégica da Brasilprev.

Mas, se a oscilação de curto prazo do mercado costuma ser minimizada pelos especialistas dentro dessa visão, quais os riscos de uma aplicação com foco em períodos de vários anos e, muitas vezes, décadas? Segundo Carolina Mazza Wanderley, consultora sênior da Mercer, o principal se refere ao da própria seguradora. "Os recursos depositados pelos clientes são investidos em nome da seguradora", explica. Com isso, se houver problema de solvência da empresa, ressalta a especialista, o dinheiro dos planos seria usado para sanar questões ligadas à falência da companhia.

De acordo com Carolina, essa situação não ocorre mais na previdência fechada. A legislação dos fundos de pensão prevê a 'blindagem' do patrimônio do contribuinte, que fica segregado da entidade. "Se houver quebra de um fundo de pensão, o participante tem direito de receber o valor que foi poupado", explica a especialista.

A consultora chama ainda atenção para o fator rentabilidade. "Não chega a ser um risco, mas existe possibilidade de descasamento entre a expectativa e o resultado conseguido no fim do período de acumulação." O problema pode ocorrer pelo retorno menor que o esperado.

Mas outros fatores também pesam, caso das taxas. "Acho que a indústria tem um problema mais de custos do que qualquer outro", afirma Marcelo Nazareth, sócio da NetQuant. Os clientes têm de ficar atentos às cobranças. A taxa de administração pode variar de 0,5% a mais de 3% ao ano e incide tanto sobre o valor investido quanto sobre o rendimento financeiro. Há ainda cobrança da taxa de carregamento, entre 1% e 5%, que recai sobre as contribuições.

Comparados à previdência fechada, os planos PGBL e VGBL têm custos maiores. Segundo o Ministério da Previdência, a taxa média de administração dos fundos fechados está em 0,45% ao ano. No caso da previdência aberta, taxas abaixo de 1% costumam ser reservadas apenas a quem faz grandes aportes iniciais. Para Carolina, da Mercer, "numa entidade fechada o custo fixo é muito mais diluído, então a taxa é menor", explica.
 

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