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Carteiras crescem com adoção de novas regras

Fonte: Valor Econômico

Por Denise Bueno | Para o Valor, de São Paulo
 
                  Wady Cury, diretor da BB e Mapfre: "Somos um país jovem em seguro rural".

Executivos que atuam com seguro rural estão otimistas com o potencial de crescimento das carteiras e as mudanças feitas pelo governo no Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), que teve início em 2005. Entre as novidades nas regras, a principal é a concessão do mesmo limite de aplicação para todas as seguradoras a partir deste mês de agosto.

Antes, o valor era definido de acordo com o desempenho de anos anteriores. Outra mudança está na distribuição dos recursos alocados para o PSR: 25% irão para soja, 10% para milho verão, 20% para milho inverno, 10% para uva, 15% para trigo, 10% para maçã e 10% para outras culturas. O objetivo do governo é garantir recursos para atender às diversas culturas e diminuir o avanço do seguro de soja no total da subvenção.

A atual safra (2013/2014) tem subsídio previsto de R$ 700 milhões, 75% acima do valor da safra anterior. Apesar do incremento, o valor ainda é considerado bem abaixo da demanda dos agricultores. "Somos um país jovem em seguro rural", afirma Wady Cury, diretor da BB e Mapfre, a principal seguradora do segmento, que deteve 81% dos R$ 1,4 bilhão em prêmios comercializados no primeiro semestre do ano. "Há muito a ser feito. O seguro rural tem história de mais de três décadas na Europa e Estados Unidos. Nós temos menos de uma década".

Em 2013, o valor segurado bateu recorde. Ao todo, R$ 16,7 bilhões, 91,2% mais que em 2012. Já a área segurada passou de 5,2 milhões para 9,6 milhões de hectares, crescimento de 82%. Esse resultado é o maior já registrado, mas representa menos de 5% da área total ocupada pela agropecuária no país. "Em alguns países da Europa, como Espanha, esse índice chega a 80%. Nos Estados Unidos ultrapassa 90%", afirma Cury.

Em número de apólices, o Brasil registrou avanço de 60%, para 101 mil com utilização de R$ 557 milhões de dinheiro público, com tíquete médio de subsídio de R$ 5,4 mil por produtor, informa Bruno Kelly, professor da Escola Nacional de Seguros, com base em dados divulgados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Em prêmios de seguros, 2013 registrou R$ 2,3 bilhões, alta de 54% em relação a 2012. Em 2014, a expectativa aponta para incremento de 44%, para R$ 3,3 bilhões. O Paraná é um dos Estados que contam com um programa local de subvenções aos prêmios dos seguros. Os grãos são os principais ativos segurados no PSR, com 90% de toda área segurada (sendo a soja o principal) e representam 80% da subvenção total.

A disputa foi grande nesta primeira distribuição em agosto e deixou alguns players insatisfeitos com o esquema ser baseado em ordem de chegada. A BB e Mapfreconseguiu boa parte da verba. "A subvenção é para o segurado e não para a seguradora. E ter acesso aos recursos é reflexo do nosso investimento nesse setor", diz Cury.

Segundo o vice-presidente da comissão de seguro rural da FenSeg, Joaquim Cesar Neto, que também é da Porto Seguro, as seguradoras tiveram problemas não pelo modelo implementado pelo Mapa e sim pela quantidade. No ano passado os subsídios somaram R$ 560 milhões e neste ano R$ 400 milhões. Ou seja, faltou verba. No primeiro semestre foram disponibilizados R$ 260 milhões, restando R$ 140 milhões divididos em duas tranches de R$ 70 milhões, sendo a primeira já ofertada em agosto e a segunda prevista para setembro.
 

 

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