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Base de clientes bancários blinda BB Seguridade

Fonte: Valor Econômico
 
Por Thais Folego | De São Paulo
 
Suffert, da BB Seguridade: busca não só por novos clientes na base do BB, mas retenção dos que já estão na carteira.

"Em tempos difíceis fique do lado do mais forte", aconselha a equipe de análise do Credit Suisse em relatório sobre os resultados apresentados pela BB Seguridade ontem. Em meio à desaceleração do mercado de seguros devido à atividade econômica mais fraca, a holding de seguros do Banco do Brasil apresentou fortes resultados operacionais e financeiros no segundo trimestre.

A BB Seguridade reportou lucro líquido de R$ 845,4 milhões de abril a junho, expansão de 53,6% sobre igual período do ano passado e acima do esperado pelos analistas consultados pelo Valor, que projetavam, em média, ganho de R$ 777 milhões. O retorno sobre o patrimônio no trimestre foi de 53,3%.

O faturamento com prêmio de seguros e arrecadação com previdência privada e títulos de capitalização da companhia somou R$ 15,7 bilhões no período, com avanço de 37%. A alta é superior ao que se vê no mercado, que no período apresentou crescimento de 14%, segundo dados da Susep (órgão regulador do setor) ajustados pela Siscorp, empresa que compila dados do mercado.

A resiliência do crescimento da linha no topo da demonstração de resultados da BB Seguridade costuma ser explicada por analistas como derivada do espaço que a companhia tem para avançar dentro do canal do BB. Werner Romera Suffert, diretor financeiro e de relações com investidores da BB Seguridade, chama atenção, porém, para o fato de que a companhia não busca apenas novos clientes dentro da base, mas trabalhar os que já estão dentro da casa, com a venda cruzada. "Evoluímos bastante no nosso modelo de propensão de consumo de produtos de seguros e, com isso, conseguimos ser mais assertivos na oferta."

A holding de seguros do Banco do Brasil tem sob seu guarda-chuva uma corretora e quatro seguradoras, que atuam em todos os ramos de seguros, menos o de saúde.

Para o Credit Suisse, a BB Seguridade ainda tem espaço para explorar a base de clientes de seu controlador por mais três ou quatro trimestres. Os analistas da casa ponderam, no entanto, que o "copo está quase cheio". Já a equipe de análise do UBS estima que a companhia é capaz de entregar crescimento de prêmios e contribuições acima de 20% nos próximos três anos, o que seria sustentado pelo aumento do alcance dentro da base do banco.

"Continuamos a ver a poderosa combinação de resiliência nos ganhos, crescimento e 'upside' suportando nossa tese de investimentos", diz a equipe do Credit Suisse liderada por Victor Schabbel, que tem recomendação de "outperform" (acima do mercado) e preço-alvo de R$ 39 para a ação.

Os resultados financeiros também ajudaram no desempenho do período. O resultado consolidado de todas as coligadas avançou 168%, para R$ 212 milhões. A contribuição dessa linha para o lucro total foi de 25% neste trimestre, ante 14,4% um ano antes.

E mesmo com resultados classificados como "fortes" pelos analistas, a companhia não atingiu, no primeiro semestre, três das cinco metas ("guidance") de desempenho operacional que estabeleceu para o ano. A administração, contudo, acredita ser possível atingi-las ao longo do ano, e as manteve.

As operações de seguros patrimoniais (Mapfre BB SH2), previdência (Brasilprev) e títulos de capitalização (Brasilcap) ficaram abaixo do projetado, enquanto a unidade de seguro de vida e rural (BB Mapfre SH1) ficou dentro das estimativas. O retorno sobre o patrimônio líquido médio ajustado superou a meta.

"Estabelecemos metas ousadas, mas também buscamos controle de despesa e eficiência operacional para termos um resultado sustentável", diz Suffert. Segundo ele, o mais importante é transformar receita em resultado.

No primeiro semestre, a BB Seguridade teve lucro líquido de R$ 1,5 bilhão. Com isso, vai distribuir aos acionistas R$ 1,2 bilhão na forma de dividendos.
 
 
 

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