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DPVAT: Menos mortes, mas casos de invalidez aumentam

Fonte: Jornal do Commercio - RJ

Dados da Seguradora Líder mostram que o trânsito continua a vitimar milhares de pessoas. Só no primeiro semestre, o seguro obrigatório pagou 340,5 mil indenizações

O trânsito nas ruas e estradas do País está matando menos, mas deixa um número cada vez maior de brasileiros mutilados. É o que aponta pesquisa da Seguradora Líder, com base nas indenizações pagas pelo seguro obrigatório de veículos automotores (Dpvat). A empesa levantou 25.181 óbitos nas vias públicas no primeiro semestre em decorrência de acidentes automotivos, 13% a menos do que de janeiro a junho de 2013. Sobre a primeira metade de 2012, ano em que os casos de mortes começaram a arrefecer, a queda chega a 15,4%. Em dois anos, 4.589 pessoas deixaram de ser abatias no asfalto.

Na mão inversa, o trânsito retalhou um contingente de 259.845 indivíduos na primeira metade do ano, salto de 21% sobre os seis meses iniciais do ano anterior, quando a soma dos mutilados ficou em 215.530. O Brasil passou a ter mais 44.315 inválidos em apenas um ano, ou 3.693 casos a cada mês.

Enquanto o peso das indenizações por morte pagas pelo Dpvat sobre o total caiu de 14%, no primeiro semestre de 2012, para 10%, no primeiro semestre de 2013 e para 8%, no primeiro semestre de 2014, as indenizações pagas por invalidez permanente subiram de 66% para 72% e chegaram a 76% em idênticos períodos. A média diária de pessoas que tiveram total ou parcialmente invalidez permanente
pulou de 1.191 em 2013 para 1.436 este ano.

Os dados da Seguradora Líder mostram que o Dpvat, do qual é a administradora, pagou no total 340.539 indenizações ao longo do primeiro semestre do ano, 14% a mais do que em igual período de 2013. As ocorrências de reembolsos de despesas médico-hospitalares atingiram 55.513 na primeira metade do ano, crescimento de apenas 1% ante igual período do ano passado.

O presidente da Seguradora Líder, Ricardo Xavier, diz que o avanço do pagamento de indenizações está relacionado a dois fatores: o brasileiro está conhecendo melhor seus direitos e está recorrendo ao Dpvat. “Entretanto, um ponto que deve servir de observação e política pública é o real aumento de acidentes de trânsito no País, principalmente os envolvendo as motocicletas”, assinala Xavier.

Segundo ele, as motocicletas continuam na liderança dos acidentes de trânsito, representando 75,3% de todas as indenizações pagas pelo Dpvat no semestre, com 256.387 registros. Ele lembra que a alta incidência de acidentes envolvendo motos contrasta com sua proporção na frota nacional, equivalendo a 27% do total de veículos. Os automóveis, que somam aproximadamente 60% da frota, foram responsáveis por 23% dos benefícios pagos (67.906).

Mapa dos acidentes

O Nordeste registrou o maior número de acidentes indenizados pelo seguro Dpvat, em suas três garantias (morte, invalidez permanente e reembolso de despesas médico-hospitalares): 34% (113.990 ocorrências) durante  a primeira metade do ano, apesar da região ter a terceira maior frota do País. Já o Sudeste, que possui a maior frota, ficou em segundo lugar, representando 26% (89.466) das indenizações pagas no período. As regiões Sul, Norte e Centro-Oeste registraram, respectivamente, 19%, 11% e 10% do total pago.

O Sudeste, entretanto, lidera o quadro de benefícios pagos por morte, somando 37% do total no semestre. O Nordeste ficou em segundo lugar, com 29%. Quando analisadas as indenizações por morte regionalmente segmentada por tipo de veículo, a tendência é de maior letalidade em acidentes envolvendo automóveis.

O panorama muda, entretanto, nas regiões Nordeste e Norte, onde as motocicletas são responsáveis por 59% e 57% das mortes, respectivamente. São as únicas regiões do País em que a frota do veículo de duas rodas supera o número de carros.

Com base nas estatísticas de pagamento do seguro Dpvat, a Seguradora Líder traçou ainda o perfil das vítimas de acidentes de trânsito. A maioria das vítimas é do sexo masculino (75%). Um dado que requer atenção é a idade dos acidentados: 52% são jovens entre 18 e 34 anos, entre mortos e mutilados, o que consolida uma tendência registrada em levantamentos anteriores.

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