Breaking News

Zurich reposiciona operações e destaca Brasil como prioritário

Fonte: Valor Econômico

Por Thais Folego | De São Paulo
 
Kerner, presidente mundial de seguros gerais da Zurich: companhia vai continuar nos países em que é competitiva.

A seguradora Zurich está reposicionando suas operações de seguros gerais pelo mundo com o intuito de aumentar o retorno e, sob essa estratégia, reafirmou o Brasil como prioritário. "Vamos continuar nos lugares em que somos competitivos", disse Mike Kerner, presidente mundial de seguros gerais da Zurich, em viagem ao Brasil.

Em um dos movimentos recentes de investir em mercados prioritários e ajustar ou sair daqueles que estão abaixo do desempenho esperado, a companhia anunciou em julho a venda da operação de varejo na Rússia, onde vai manter apenas o negócio de seguros corporativos. No anúncio dos resultados anuais de 2013, Kerner já havia dito que o negócio de varejo russo não havia tido desempenho de acordo com as expectativas da matriz.

No Brasil, apesar da desaceleração da economia, a companhia espera boa performance da operação local. "No curto prazo vemos uma desaceleração, mas em três ou cinco anos vamos ver mais crescimento aqui do que nos mercados desenvolvidos", disse. A operação na América Latina como um todo mostra crescimento de 17% este ano, exemplifica.

"Nossa visão é de longo prazo. Talvez agora a economia esteja mais fraca, mas no longo prazo as perspectivas são boas", acrescentou o executivo sobre o Brasil. Ele estima que a expansão da economia brasileira nos próximos anos vai ampliar o consumo de seguros.

Recentemente, no entanto, houve ajustes na operação local. Cerca de 70 profissionais foram demitidos na divisão de seguros gerais, que inclui apólices patrimoniais e de responsabilidades. Isso ocorreu, principalmente, por duas razões. A primeira foi para cortar excessos e posições sobrepostas que ainda existiam por conta da transferência do escritório da regional da América Latina de Miami para São Paulo, em 2011. A segunda razão foi a desaceleração das vendas de automóveis no país neste ano, o que impactou a venda de seguros para carros da companhia.

Segundo Antônio Cássio dos Santos, presidente do conselho regional da Zurich e presidente-executivo da operação no Brasil, a produção da companhia está concentrada em seguro para carros novos, e não em renovações, e por isso foi mais afetada pela queda da venda de veículos zero quilômetro no país.

No Brasil desde 1984, a Zurich atua tanto no varejo quanto em seguros corporativos. Até pouco tempo, era conhecida como uma boutique de soluções para cobertura de riscos para empresas. Mas em 2008 entrou no segmento de apólices individuais com a compra da seguradora Minas Brasil. De lá para cá, o faturamento saltou de R$ 200 milhões para cerca de R$ 2 bilhões. Hoje é a quinta maior seguradora do país em faturamento, incluindo a operação de vida e previdência. "Ainda temos espaço para crescer e ganhar mercado", avalia Kerner.

No ano passado, a operação brasileira apresentou prejuízo de R$ 368 milhões, ante perda de R$ 134 milhões do ano anterior. Questionado sobre quando a matriz espera ter retorno positivo da unidade local, Kerner disse que é normal uma companhia global balancear o resultado obtendo retorno de algumas operações, enquanto investe em outras.
 

 

Nenhum comentário

Escreva aqui seu comentario