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“Tempos difíceis, mas com muitas oportunidades”, diz Marco Antonio Rossi

Fonte: Sonho Seguro

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A criação de uma super agência reguladora, juntando Susep (seguros, previdência aberta e capitalizacão), Previc (previdência fechada), ANS (planos de saúde e dental) e a Comissão de Valores Mobiliários (mercado de capitais) é algo complexo neste momento. Quem afirma isso é Marco Antonio Rossi, presidente da CNseg e da Bradesco Seguros. “Não sou nem a favor nem contra a criação de um agência reguladora como se comenta na mídia. Mas acho isso pouco provável. Temos uma boa estrutura de regulação e acho complexo unir tantos produtos diferentes numa mesma estrutura regulatória”, diz ele ao Blog Sonho Seguro.

Rossi, um otimista nato, revela uma infinidade de oportunidades que sustentarão o crescimento da indústria de seguros em dois dígitos, mesmo com uma economia que aponta para recessão. Ele vê com bons olhos a fala do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, de ter técnicos no comando de agências reguladoras. “Não defendemos nomes e sim técnicos. O setor vem ano a ano conquistando a atenção do governo, que passa a perceber a importância do setor para o crescimento sustentável de uma economia. Esse canal só tende a ser aprimorado com uma equipe formada por técnicos”, comentou ontem, depois de um dia cheio de compromissos com a divulgação do balanço do Banco Bradesco, que divulgou lucro líquido de R$ 10,9 bilhões em 2014, sendo 28% vindo do braço segurador.

Quanto à necessidade de aporte de capital das seguradoras brasileiras para implementação de regras que visam um padrão internacional de comparação dos mercados, com valores que ultrapassam R$ 3,8 bilhões, Rossi também tem palavras tranquilizadoras. “As seguradoras já vem se preparando para isso há tempos e está tudo dentro do esperado”. O executivo descarta uma onda de fusões e aquisições no mercado segurador brasileiro, tema que tem sido destaque na mídia internacional.. “O setor não é vendedor, pois todos que estão aqui sabem que têm oportunidades e querem conquistá-las. Também acredito que novos competidores ingressem no mercado, pois há muito espaço para ser conquistado”, diz.

O que norteia o executivo é o potencial ainda a ser explorado no Brasil. “A participação do mercado segurador e saúde suplementar no PIB chega hoje a 6% e pode ser bem maior, comparado a média mundial”. Para conquistar o espaço que o setor vê como adequado, algo próximo a 10% do PIB, as empresas investem em tecnologia, arma que ajuda a reduzir custos operacionais e, consequentemente, torna os preços mais acessíveis aos consumidores com orçamento mais enxuto para enfrentar tempos de recessão.

Paralelamente, as associadas da CNseg investem em comunicação, levando o tema seguros e previdência para o dia a dia da sociedade. “Hoje facilmente escutamos as pessoas discutindo qual o melhor plano de previdência ou comentando sobre o seguro fiança ou seguro viagem”, comenta. Segundo ele, o setor ainda está longe da participação que as seguradoras e corretoras têm na mídia dos Estados Unidos, “mas estamos no caminho certo e nos aprimorando a cada dia”.

E para consolidar o ciclo virtuoso, Rossi cita o corretor, profissional responsável por levar os produtos aos consumidores. “O corretor se preparou mais para atender a uma demanda crescente.” Segundo Rossi, o corretor deixou de olhar só para o seguro automóvel e passou a aproveitar outras oportunidades de vendas, com o desenvolvimento de produtos e serviços para pessoas. “Hoje temos corretores que investiram e se especializaram em pessoas. Essa é uma tendência que cresce, mas ainda está longe de se consolidar diante do imenso potencial que há para a venda de seguros no Brasil”, enfatiza.

“Crescemos em 2014, um ano difícil. E agora temos um ano que exigirá esforços de todos. A boa notícia é que as seguradoras se preparam há anos para que o setor tenha um peso maior na economia brasileira. Além disso, todas essas razões que citei nos ajudarão novamente a crescer num ano atípico para a economia brasileira”, comenta.
Falando um pouco da empresa que preside, Rossi conta que a Bradesco Seguros colheu os frutos da uma ampla reestruturação no organograma, finalizada no ano passado. A estrutura, antes organizada de acordo com o produto, agora é focada no cliente, o que ajuda a identificar oportunidades de venda cruzada”, diz. A área comercial agora atende as quatro seguradoras do grupo, divididas em dois segmentos: uma para clientes do conglomerado e outra para atender corretores e empresas.

Segundo ele, isso foi determinante para o crescimento em 2014, explica, contando que Marco Antonio Gonçalves foi promovido a diretor geral da área comercial do Bradesco. Outras mudanças, decorrentes da ida de Tarcisio Godoy para o cargo de secretário-executivo do Ministério da Fazenda, foi a José Sergío Bordin assumir a para a Bradesco Auto Re e em seu lugar ficou Ricardo Alahmar no comando da capitalização.

Segundo dados divulgados pelo banco, o faturamento chegou a R$ 56,1 bilhões em 2014, crescimento de 13,9%, desconsiderando o convênio DPVAT, em relação ao mesmo período do ano anterior, influenciado pelos produtos de seguros gerais (carro, casa, empresas, transportes entre outros), saúde, capitalização, bem como vida e previdência, que apresentaram crescimento de 28%, 22,5%, 15,2% e 7%, respectivamente.

O grupo segurador Bradesco registrou lucro liquido de R$ 4,4 bilhões, 17,8% superior ganho do mesmo período do ano anterior, de R$ 3,7 bilhões, apresentando um retorno sobre o patrimônio líquido ajustado de 23,7%. As provisões técnicas alcançaram R$ 153,7 bilhões, evolução de 12,5% em relação ao saldo de dezembro de 2013.

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