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Obras reduzem ritmo de desaquecimento do setor de seguros no Rio

Fonte: Jornal do Commercio - RJ


Investimentos em jogos somam R$ 36,6 bilhões e demandam seguros de grandes riscos. Mas estagnação econômica afeta carteira com perfil de varejo, como auto


As obras contratadas para a Olimpíada de 2016 na cidade do Rio de Janeiro vão se tornar um colchão para que as seguradoras fluminenses convivam com uma desaceleração mais suave prevista para o setor este ano, em virtude do quadro macroeconômico adverso. A opinião é do presidente do Sindicato das Seguradoras do Rio de Janeiro e do Espírito Santo (Sindseg RJ/ES), Roberto Santos, ao fazer um prognóstico para o mercado local. Os investimentos em mobilidade urbana e em projetos exclusivos associados aos jogos estão estimados em R$ 36,6 bilhões. “A grande vantagem em relação aos outros estados é a Olímpiada do próximo ano, que vai exigir a continuidade dos investimentos para cumprir o cronograma dos jogos”, explicou ele.

No plano nacional, o sentimento partilhado pelo mercado é de que a atividade não escapará dos efeitos perversos provocados pela desaceleração da economia, ao lado do aumento de juros e da inflação acelerada, fatores que reduzem o poder de compra dos consumidores.

Para ele, também não há risco de os juros maiores, que remuneram as reservas técnicas das seguradoras e permitem a cobrança de prêmios menores, estimularem uma guerra de preços para obter maior participação
de mercado, como ocorreu na época em que o Brasil era apontado como a bola da vez pelos investidores estrangeiros. “Essa fase já foi superada e não acredito que as múltis repitam esta aposta, até porque o quadro macroeconômico não é mais dos melhores para trocar prêmios justos por ganhos financeiros”, opina ele.

Apesar do privilégio de contar com obras de infraestrutura para os jogos olímpicos, Roberto Santos admite que as carteiras de perfil massificado vão acompanhar a desenvoltura dos demais estados. A começar do ramo automóvel, o carrochefe de venda entre os seguros gerais, cujo desempenho será afetado pela redução de carros novos no País. “Com juros maiores cobrados nos financiamentos e inflação mais acelerada, haverá redução na venda de veículos novos e, em consequência, queda na demanda de seguro no Rio de Janeiro. Na ponta da sinistralidade, a perspectiva é de alta, porque os preços do aço estão mais caros, afetando as indenizações parciais decorrentes de acidentes de trânsito”, afirmou ele.

Porém, para Roberto Santo, há outras modalidades que vão concorrer em termos de desaceleração decorrente da fragilidade da economia. O quadro menos favorável para o emprego, por exemplo, deve se refletir no resultado de carteiras como saúde suplementar e vida em grupo, que devem acompanhar o ritmo mais fraco das contratações ou mesmo demissões, dependendo do setor.

O dirigente espera também queda no resultado do seguro de transportes. Como a previsão é de recuo nas vendas varejistas, haverá menos mercadorias em trânsito e, portanto, retração de seguro para cobrir os riscos envolvidos na sua movimentação.

No caso de transporte, outro indicador negativo é a perspectiva de aceleração do roubo e furto de cargas. Tradicionalmente, o mercado segurador convive com um avanço da sinistralidade nesta carteira em períodos de desaquecimento econômico, lembra ele. “O assalto, sobretudo no modal terrestre, deve se ampliar neste
ano”, acredita ele.

A frequência de sinistros decorrentes de extremos climáticos é outro fator de preocupação recorrente dos seguradores. Menos pelo eventual descontrole da sinistralidade causada por alagamentos e mais por riscos inesperados decorrentes da crise hídrica. A falta de água pode impedir a realização de um megaevento pela impossibilidade de usar os banheiros, e seu cancelamento ser pago pelo seguro de eventos. Também doenças ligadas à falta de higiene podem ocorrer e pressionar os custos das operadoras de saúde.

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