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Crise não mina interesse de grupos internacionais

Fonte: Jornal do Commercio - RJ

Multinacionais mantêm apetite por País, mas preparam ajustes para ampliar produtividade, fluxo de caixa e reduzir despesas em um ano de competição forte

A perspectiva de estagnação da economia não deve afetar o interesse das seguradoras estrangeiras no País. Mas haverá ajustes internos para melhorar a produtividade, o fluxo de caixa e reduzir despesas para atuar em um mercado bastante competitivo. A opinião é do economista Acacio Queiroz, membro do Conselho Diretor da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg). “As crises no Brasil sempre existiram. A de 2015 é uma mais, e o capital estrangeiro sempre esteve presente nos momentos bons e nas turbulências. Aliás, sempre procurando
novas oportunidades em todos os momentos, e acreditando no País”, afirmou ele.

Ele explica que os acionistas de multinacionais de seguros trabalham com um cenário de médio prazo para avaliação do retorno do capital investido. “A análise normalmente envolve um período de três a cinco anos, e não apenas o prazo de 12 meses. Portanto, tenho certeza de que os acionistas estrangeiros sabem, como em outras ocasiões, que esta é uma situação que não vai se perpetuar e os níveis de retorno sobre o capital voltarão à normalidade, tendo em vista as previsões de melhora da própria economia a partir de 2016”, explicou ele.

Apesar do peso do País nos ganhos das multinacionais de seguros, ele afirma que ainda não ocorreu revisão dos resultados projetados neste ano, tendo em vista o aprofundamento da crise. “Acredito que neste momento não está havendo revisão dos resultados, que foram projetados em outubro de 2014, quando normalmente ocorre a confecção dos orçamentos para o ano seguinte. Mas, certamente, na primeira revisão, que costumeiramente ocorre no primeiro quadrimestre de 2015, isso ocorrerá”.

Ritmo dinâmico

Acacio Queiroz está convencido de que, na área de seguros, a expansão será de algo entre 6% a 7% este ano. “Se incluirmos saúde suplementar, previdência privada e capitalização, estaremos falando de um crescimento entre 8% e 10%, o que seria uma marca espetacular, considerando as características econômicas deste ano.

Embora a turbulência da economia possa persistir até 2016, o economista lembra que as medidas do ajuste fiscal vão em direção à melhora do ambiente econômico. “ Seria preocupante se nada estivesse sendo feito para colocar os gastos do governo no trilho, mas este não é o caso”, declara ele.

Na sua avaliação, o ajuste fiscal deverá elevar os impostos para alguns setores, mas ele não crê que isso ocorra com o mercado segurador, tendo em vista que o setor tem contribuído bastante para ampliar a poupança e gerar desenvolvimento do País. “Além de ser um grande empregador e não ter recebido nenhum tipo de renúncia fiscal ou qualquer outra modificação em relação às alíquotas de impostos nos últimos anos”, acrescentou.

Ele frisa também que a inflação é algo preocupante, pois corrói o valor dos ativos, aumenta a sinistralidade e as despesas em geral. “Este ano, a inflação ficará entre 7,2% e 7,5%, o que é um índice bastante alto, sem dúvida”, reclamou ele. 

Pressão de custos

Outra fonte de preocupação é o câmbio. “O dólar, da mesma forma que a inflação, também aumenta os custos, especialmente quando se trata de empresas que seguram riscos que dependem da importação em caso de sinistros, por exemplo”, assinalou.

A perspectiva de aumento do desemprego também gera preocupação entre os seguradores. Para o seguro, as apólices massificadas são as mais afetadas pelas dificuldades enfrentadas pelas classes C e D, as que são
mais pressionadas pelas questões econômicas neste momento. “Nesse cenário, com o poder de compra diminuído, há uma redução significativa também da procura de seguro, porque o consumidor dessa classe desiste da compra de veículos, especialmente populares, e de bens da linha branca, da linha marrom, etc”, destaca ele.

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