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Estudo lista fatores de riscos na área de saúde

Fonte: Jornal do Commercio - RJ

Transição epidemiológica tende a se acelerar no Brasil e provocar pressões nos gastos públicos e privados. Parceria com operadoras é vital para sistema saudável

Um estudo internacional conclui que a parceria entre governo e iniciativa privada será decisiva para repartir os custos crescentes na área de saúde nos países emergentes esperados nos próximos anos. E deixa claro que a saúde suplementar terá um papel valioso na expansão do acesso à saúde de forma acessível e confiável, desonerando o estado, mas dependerá de mexidas no marco regulatório para manter o sistema sustentável.

O mercado de seguro de vida é outro ramo que deve ficar atento às mudanças no perfil epidemiológico, dado o risco de desvio de curva da sinistralidade, para cima ou para baixo, dependendo do caso. A pesquisa “Diálogos de risco: fatores de riscos à saúde no Brasil” é de autoria da resseguradora Swiss Re, em parceria com a Harvard School of Public Health (HSPH). A investigação, realizada por 45 pesquisadores de ambas as instituições, inclui o projeto Análises Sistemáticas Explicativas de Fatores de Risco que Afetam a Saúde Cardiovascular (SEARCH, na sigla em inglês).

Segundo o estudo, as doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) estão se tornando cada vez mais prevalentes em mercados emergentes e de alto crescimento. Em consequência, “é importante entender melhor estas tendências, tanto a partir de uma perspectiva de saúde pública quanto o desenvolvimento de grupos sustentáveis de seguros de vida e saúde”, escrevem os especialistas Os principais mercados emergentes, como Brasil, China, Índia e México são avaliados no trabalho. “Com o crescimento econômico, o perfil de saúde destes países está mudando rápido e significativamente. A incidência das DCNTs cresce rapidamente, proporcionando um grande desafio para os provedores e financiadores públicos e privados de serviços de saúde”,

O estudo lembra que, apesar dos esforços das autoridades de saúde pública, o Brasil ainda sofre com focos de doenças infecciosas graves. Ao mesmo tempo, é atormentado pelo aumento de DCNTs, uma situação agravada pelo envelhecimento da população. Tal como acontece com outros mercados emergentes, o Brasil tem uma classe média crescente. Esta classe média já expressou sua frustração quanto à prestação insuficiente de serviços públicos, como na área de transportes públicos, lembra o estudo. Manter os serviços no mesmo ritmo que a demanda é tarefa complicada, por isso, a saúde tem potencial para ser mais uma das muitas questões políticas que causam discórdia. Mas pode ser diferente, avalia a Swiss Re, para quem a necessidade de se ter uma maior cobertura de saúde pode ser tanto uma oportunidade como uma ameaça.

Mudanças a caminho

No Brasil, o governo, atento às pressões de custos que se aproximam, começa a se mexer para manter o sistema de saúde sustentável. Entre as ações mais importantes, estão novos critérios de incorporação tecnológica voltada para a área de saúde, hoje acrítica e sem a comprovação de eficiência, algo que gera pesados gastos para governo federal, estados e municípios. E ainda um estudo para alterar o marco regulatório dos planos individuais e coletivos por adesão, dada a estagnação ocorrida a partir de 2000 para cá. Dados do Ministério da Saúde mostram que apenas a modalidade de planos coletivos empresariais avança nos últimos anos. “Vamos repensar a sustentabilidade dos planos individuais, para que haja uma estratégia de estímulo à venda em um nicho que praticamente se estagnou. Mas este estudo não ficará restrito a uma nova metodologia de reajustes, mas a outras variáveis importantes. Não pretendemos ter a onipotência de definir todas as coisas, mas vamos conduzir as mudanças necessárias na base do diálogo com todos os pares da saúde suplementar”, afirmou o ministro da Saúde, Arthur Chioro, em encontro realizado, em fevereiro, com lideranças do mercado segurador.

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