Breaking News

Demanda por seguro para crédito ainda é incipiente

Fonte: Valor Econômico

Modalidade de seguros pouco conhecida no Brasil, os seguros de crédito à exportação são um importante instrumento de apoio ao mercado. Com ele, o exportador consegue se proteger de um eventual calote de importadores internacionais e consegue também melhorar sua análise de crédito junto às instituições financeiras.

Num ano de desvalorização cambial, as instituições veem crescer a procura pelo mecanismo. Mas ainda são poucas as instituições que oferecem o produto.

A Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores (ABGF) oferece o serviço com a cobertura do Fundo de Garantia à Exportação (FGE), destinado a amparar os exportadores brasileiros. Seu foco são projetos de longo prazo.

"A demanda tem aumentado gradualmente, acompanhando a desvalorização do real. Porém, como esse seguro atua no segmento de operações de médio e longo prazos, a demanda segue a atuação das exportadoras, uma vez que se trata de exportação de máquinas e equipamentos, de serviços de infraestrutura, de aeronaves", explica Marcelo Franco, presidente da ABGF.

Enquanto a ABGF se concentra em operações de médio e longo prazo, a francesa Coface volta suas atenções às operações de curto prazo no Brasil. Marcele Lemos, CEO da empresa no país, destaca o potencial desse negócio, que ainda é relativamente pequeno no Brasil.

"Seguro de crédito no Brasil tem cerca de R$ 230 milhões, ou seja, quase nada. Existe um potencial enorme de crescimento. É nosso desafio. Europa, EUA já são mercados maduros nisso. Aqui é relativamente novo e muitas empresas não conhecem a ferramenta", diz.

Os bancos que operam crédito à exportação conhecem muito bem o serviço. Eles utilizam suas apólices para mitigar riscos de empréstimos. Negócios envolvendo países considerados de alto risco passam a ser viáveis graças à contratação de um desses produtos.

George Curey, gerente de relacionamento sênior do BNP Paribas, diz que o banco utiliza os serviços de seguro ao crédito para viabilizar operações de locais nos quais o apetite de risco do banco não é tão elevado. "Quando um cliente quer exportar para um país de risco político elevado, usamos os seguros para viabilizar essa operação de crédito", explica.

O BNDES é outra instituição financeira a utilizar os serviços das seguradoras para avaliar suas operações. O banco lembra que poucas empresas por enquanto oferecem o serviço, mas crê no potencial de aumento do segmento.

O banco utiliza principalmente seguros voltados para operação de longo prazo lastreados em recursos do governo, mas destaca que vem estimulando o uso do mecanismo também para operações de curto prazo.

Para o segurado, é mais uma garantia de que irá receber o valor das suas vendas. Além disso, explica Marcele Lemos da Coface, a seguradora faz antes uma análise de crédito do comprador. Isso serve como balizador para o segurado na hora de vender, porque conhece de antemão o risco do negócio e o histórico de pagamentos do cliente.

"Analisamos a apólice ao longo de sua duração. Então o cliente sabe qual o limite de crédito daquele comprador. Se ele quita uma parte, amplia a capacidade de pagamentos. Nós monitoramos ainda a situação geral da empresa. Vemos se ela apresentou algum prejuízo no balanço, o que pode indicar problemas para honrar compromissos", enumera.

Nenhum comentário

Escreva aqui seu comentario