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Carlyle faz oferta pelo controle da Tempo

Fonte: Valor Econômico

Após cinco anos de tentativas de venda de toda a empresa e mais recentemente por unidades de negócio, a Tempo Participações recebeu ontem uma proposta de aquisição do Carlyle. O fundo americano está disposto a desembolsar entre R$ 647 milhões e R$ 718 milhões pela companhia, que começou como um negócio na área da saúde e hoje é uma empresa de assistência de serviços como guincho, chaveiro e call center.

A oferta do Carlyle causou surpresa porque os negócios considerados mais interessantes da Tempo, como planos dentais e de saúde, já foram adquiridos. Mas, segundo fontes do setor, o fundo americano tem interesse exatamente no pedaço que sobrou da Tempo. No Reino Unido, o Carlyle é acionista da RAC, uma das maiores empresas de assistência.

Os maiores acionistas da Tempo são as gestoras GP Investimentos, com uma fatia de 23%; e Tarpon ,com 16%; além do empresário Dimas de Camargo Maia Filho, fundador da empresa da área de saúde USS, que tem 18% das ações.

O Carlyle estabeleceu um preço por ação (líquido dos custos da transação) de R$ 3,95 à vista ou R$ 4,39 parcelado. Considerando a proposta mais baixa, o valor é inferior à cotação da Tempo na bolsa, que no fechamento do dia anterior era de R$ 4,19.

Nos cálculos do Carlyle, porém, a oferta representa um prêmio entre 23,6% e 35,9% (dependendo da forma de pagamento), sobre o preço das ações da Tempo. Essa conta inclui a opção de receber um bônus de subscrição em ações da Qualicorp, em decorrência de uma associação realizada entre as companhias em 2014. Os recursos que seriam obtidos com esse bônus ficariam com os atuais acionistas da companhia.  Mas, eles só poderão exercer o direito de receber o bônus caso sejam atingidas algumas metas estabelecidas na época da venda do braço de saúde da Tempo para a Qualicorp, em agosto do ano passado.

No primeiro semestre, a Tempo registrou um lucro líquido de R$ 7,5 milhões, o que representa uma queda de 42% quando comparado ao mesmo período de 2014. A receita líquida avançou 5% para R$ 347 milhões nos seis primeiros meses deste ano. Embora possua capital aberto, as ações da empresa possuem baixa liquidez na bolsa.

Segundo fontes do setor, uma das razões do desinteresse dos investidores na ação da Tempo é a sua atuação em segmentos muitos distintos. Desde o ano passado, a companhia vem tentando se concentrar em menos negócios. A empresa já se desfez de negócios nas áreas de seguro saúde e de planos odontológicos e, recentemente, decidiu deixar de prestar serviços de "home care".

Se concretizada, a aquisição será a segunda do Carlyle no Brasil neste ano. Em abril, o fundo fechou a compra de uma participação de 8% do capital da Rede D'Or, maior grupo de hospitais do país, por R$ 1,75 bilhão, e agora negocia a aquisição de uma participação adicional na empresa.

O Carlyle também fez uma proposta para a aquisição da Uniasselvi, instituição de ensino a distância controlada pela Kroton. A expectativa é que o negócio seja fechado em até um mês. Procurado, o fundo não comentou o assunto.

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