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Troca de comando no IRB não altera plano de IPO

Fonte: Valor Econômico

A saída de Leonardo Paixão do comando do IRB Brasil Re deve ser formalizada nos próximos dias. Os sócios aguardavam a divulgação do resultado "gordo" que a companhia publica hoje para dar andamento ao processo. A troca de comando da companhia para o atual vice-presidente, José Carlos Cardoso, não altera os planos para a oferta de ações ao mercado, marcada para meados de outubro. "Em nada impacta o processo em andamento para a oferta de ações", afirmou fonte a par do assunto ao Valor.

Ainda que o mercado esteja parado este ano, os sócios têm recebido dos bancos de investimento a sinalização de que há boa demanda para a oferta de papéis do IRB. "Há necessidade de diversificação nas carteiras de investimentos e empresas do setor de serviços, como o IRB, são boas alternativas", diz o integrante de uma dessas instituições, que não quis ser identificado. A intenção é fazer oferta secundária, em que todos os sócios coloquem uma parcela de suas ações à venda.

Quem tocará o processo de agora em diante será Cardoso. De acordo com relatos, após cinco anos à frente do IRB, Paixão já vinha manifestando o desejo de voltar à vida acadêmica e, até, ajudar na reconstrução da base política do Partido dos Trabalhadores (PT).

Mas a semente para a saída do executivo foi plantada há alguns meses. O pomo da discórdia era a visão sobre a estratégia geográfica a ser adotada no processo de internacionalização do ressegurador. Na avaliação do executivo, para crescer, o IRB precisava expandir nos mercados chinês e, principalmente, africano. Em 2014, a empresa incrementou em mais 3,2% sua participação no capital acionário da African Reinsurance Corporation (Africa Re), líder no mercado local. Fechou o ano com uma participação de 8%.

Ele argumentava que o resseguro deveria acompanhar as multinacionais brasileiras para essas regiões. Mas o conselho de administração não achava isso fundamental. Os conselheiros queriam aproveitar as oportunidades no mercado doméstico, sendo mais seletivo na análise de risco. "O conselho não simpatizava muito com isso, o que o desmotivava. Ele tinha convicções pessoais, é apaixonado pela África", segundo uma fonte.

Até o ano passado, Paixão contava com o apoio da União, pois os representantes no conselho compartilhavam dessa visão -similar à estratégia comercial adotada desde 2003 pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva. Com a mudança da equipe econômica, chefiada por Joaquim Levy, de perfil mais liberal, os argumentos dos sócios privados foram ganhando mais peso.

Nesse processo, a escolha de Cardoso surgiu naturalmente. O nome foi definido na semana passada em uma reunião informal entre os sócios, inclusive a União. "O Cardoso é a pessoa certa, no lugar certo, na hora certa", diz um executivo, para quem ele é um ótimo substituto, principalmente neste momento de preparação para o IPO.

O IRB Brasil Re é o maior ressegurador brasileiro, que tem como sócios a União (27,4%), o Banco do Brasil e o Bradesco (20,4% cada um), o Itaú (15%), o Fundo de Investimento Caixa Barcelona (9,8%), além de seguradoras pequenas e funcionários (6,85%).



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