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A receita de Michael Sandel para o êxito da democracia

Fonte: CNseg

Filósofo de Harvard provoca a plateia com questões polêmicas e contemporâneas

Você venderia seu rim? Aceitaria incluir um estranho em seu seguro de Vida em troca de antecipação de parte do capital segurado antes de sua morte? Essas foram algumas das perguntas inquietantes feitas pelo filósofo e professor Michael Sandel, na palestra “O que é Justiça?”, uma das mais esperadas da programação da 7ª Conseguro. Sua intenção foi debater qual deveria ser o papel do dinheiro numa boa sociedade e onde poderia ou não ser usado.

Nas duas indagações, o placar dividido da plateia expõe a dicotomia do dinheiro, provocando uma reflexão conjunta sobre o que é legítimo e ilegítimo fazer. “Há poucas coisas que o dinheiro não pode comprar, mas será que há alguma coisa que não possa ser comprada?”, provocou ele.

Os exemplos apresentados por Sandel são um exercício para se discutir publicamente temas polêmicos de forma exaustiva, deixando à mostra as diferenças de opiniões. Ou seja, é preciso envolver o papel do dinheiro nas discussões da sociedade, porque esta mobilização é fundamental na construção de uma cultura ética, que leve a sério os valores e as responsabilidades cívicas.

Os conceitos filosóficos abstratos, dessa forma, podem ser incorporados à vida real. E desenvolver uma visão crítica da política, da ética e da justiça é algo fundamental para a democracia prosperar e se consolidar. Ele lembra que em todo o mundo, hoje, há um desencanto com os políticos e seus partidos, porque as pessoas constatam que eles se preocupam mais com a manutenção do poder e menos com a felicidade dos cidadãos.”O discurso político é vazio, tem lacunas e raramente políticos e partidos debatem temas relevantes para os cidadãos”, disse ele.

A exortação a discussões públicas de temas complexos, como a moral, a ética, o avanço do dinheiro sobre a dignidade humana, faz parte do esforço para cultivar que todos, ricos ou pobres, negros e brancos, estão no mesmo barco e devem cultivar o altruísmo, solidariedade e virtudes cívicas, que não são commodities, mas musculaturas para a construção de uma sociedade menos desigual e mais justa.





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