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Setor de seguro viagem corre para atender novas regras

Fonte: Valor Econômico

Claudio Belli/ValorDaniel Prieto, da Assist Card, termina de treinar 6,5 mil agentes nesta semana

As empresas que comercializam seguro viagem estão correndo para concluir o treinamento de 15 mil agentes em todo país, e assim atender às novas regras do Conselho Nacional de Seguros Privados, que passam a valer no próximo dia 26.

O setor vendeu R$ 150 milhões em prêmios no país no ano passado, com crescimento de 55% sobre 2013.

Anunciada em setembro de 2014 pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), fiscalizadora do setor de seguros, a resolução 315 define novos critérios para a venda do seguro viagem. Uma das mudanças é que as despesas médicas, hospitalares e odontológicas passam a fazer parte das coberturas obrigatórias nas viagens ao exterior. Antes, havia apenas dois itens obrigatórios - morte e invalidez permanente.

A resolução determina ainda que nas viagens ao exterior o seguro deverá cobrir a volta do consumidor (em caso de impedimento de retorno) como passageiro regular, traslado médico ou de corpo, em caso de morte.

Além de ampliar a lista de coberturas obrigatórias, a nova resolução diz que só poderá comercializar o seguro saúde seguradoras com presença no país ou representantes legais dessas firmas. Por isso, todos os intermediários - como agências de viagem - tiveram que ter seus funcionários certificados.

"Estamos concluindo nesta semana o treinamento dos agentes que comercializam nossos seguro viagem", disse o principal diretor no Brasil da Assist Card, Daniel Prieto, sobre os 6,5 mil agentes de viagem que vendem em agências e operadoras de turismo seus produtos e serviços.

Outros grupos como Travel Ace e GTA Assistance também estão capacitando agentes. Segundo a presidente da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa), Magda Nassar, esse trabalho vem sendo realizado por meio de cursos presenciais nas agências e associações de turismo, e cursos on-line. "Vamos fazer treinamento continuado e garantir que ele seja replicado", disse a executiva da entidade que representa as operadoras responsáveis por 90% da venda de viagens no país. "A regulação amplia as garantias para o consumidor final e para as agências".

A Assist Card observa que a ampliação das coberturas do seguro viagem pode levar ao encarecimento do produto. Mas o diretor da firma no país pondera que essa tendência tende a ser atenuada pelo crescimento da taxa de penetração desse produto no país. "A taxa de penetração do seguro viagem no Brasil ainda está na casa de 33% [em relação ao total de embarques]. Na Argentina, por exemplo, é de 50%", disse Prieto, que planeja fechar este ano com avanço de 30% em vendas ante 2014.

Em média, o setor cobra para destinos internacionais um preço do seguro viagem de R$ 9 a R$ 25, por dia; nas viagens nacionais de R$ 2 a R$ 4, por dia.

Para o diretor financeiro da Travel Ace no Brasil, João Lopes, que projeta pequena expansão das vendas este ano por causa da retração da demanda por viagens internacionais, diz que as novas regras tornam o ambiente mais favorável para comercialização do seguro viagem ao formalizar práticas que são assumidas pelas líderes do setor.

Esse é o caso da CVC, líder do setor de turismo no Brasil, onde o seguro viagem já vinha sendo comercializado há seis meses em conformidade com a nova regulamentação. O processo de certificação foi conduzido diretamente pela Travel Ace, empresa que fornece o produto à operadora, disse a agência.

Para o presidente da GTA Assistance, Celso Guelfi, a volatilidade do câmbio com o viés de alta para o dólar tende a estimular a demanda pelo seguro viagem nesse contexto de novas regras. "O dólar mais caro aumenta o risco relacionados a despesas com imprevistos no exterior", disse o executivo, que está concluindo o treinamento de seis mil agentes de viagem este mês. "Com uma equipe de 153 executivos de contas, fazemos uma média de oito visitas por dia nas agências de viagens parceiras".



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