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Evento da Zurich sinaliza que o “Brasil do Futuro” surgirá tão breve quanto forem tomadas as definições políticas

Fonte: Sonho Seguro

Baltis: estamos aqui sedimentando as bases de uma parceria duradoura


Baltis: estamos aqui sedimentando as bases de uma parceria duradoura


O Brasil do Futuro. Esse foi o tema escolhido para o tradicional encontro anual Zurich Corporate Conference 2015, realizado nos dias 21 e 22 de outubro, no Guarujá. Com qualquer executivo do grupo que se converse, é nítido o olhar otimista para o país. Um país gigante, população jovem, com baixo consumo per capita de seguros, arcabouço regulatório em mutação com base em regras internacionais, empresas brasileiras buscando a globalização e multinacionais disputando negócios locais. “Escolhemos esse tema porque acreditamos no Brasil, um dos principais mercados do mundo para a Zurich”, diz Emanuel Baltis, CEO de Global Corporate da Zurich para o Brasil.


Talvez mais do que otimismo, os executivos nutrem pelo país algo que o povo brasileiro atualmente perdeu, a ternura. Assim como todos os estrangeiros, eles querem negócios. Mas não a qualquer preço, afirma Baltis, sem se referir ao custo do seguro. “O Brasil é um dos maiores mercados do mundo em potencial de crescimento. Fazemos negócios aqui há mais de três décadas e sabemos que este não é um país para iniciantes. Temos uma visão de longo prazo e sabemos que no curto prazo se tem volatilidade. E estamos aqui sedimentando as bases de uma parceria duradoura”, enfatiza o executivo que também preside a Câmara de Comércio Suíço-Brasileira.


Recentemente o grupo Zurich desistiu de comprar a inglesa RSA numa oferta mundial que superou US$ 5 bilhões. Apesar de ter dinheiro em caixa e apetite por aquisições, os executivos locais falam apenas em crescimento orgânico, sem descartar que qualquer boa oportunidade de empresas em sintonia com a filosofia do grupo será analisada. 


O foco é ter negócios duradouros e isso  técnica e relacionamento. “Uma rotina global adotada pelo grupo que atua em mais de 170 países e tem 143 anos de existência”, afirma Baltis, acrescentando que todos os executivos em cargo de comando têm formação técnica e também são treinados em gestão de relacionamentos. Baltis, doutor em subscrição, colocou no comando da subsidiária brasileira de seguros gerais um PhD em atendimento, como David Colmenares, que assumiu neste ano o cargo de CEO de Seguros Gerais da Zurich.

As crises vão e vem e a Zurich sempre estará aqui, diz Colmenares


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Colombiano, ele dedicou os últimos 20 anos aos segurados do grupo com perdas em situações caóticas da América a Ásia, como o terremoto que destruiu o Chile em 2010, bem como ajudou os sobreviventes do terremoto seguido de tsunami que vitimou mais de 143 mil pessoas no Japão em março de 2011. “Impressionante, que onde eu chegava tinha de atender uma catástrofe, tanto natural como feita pelo homem como foi quando estive na Argentina em 2003, quando foi adotado o câmbio de 1 peso para 1 dólar, que me deixou também PhD na gestão de economias com inflação elevada. Minha visão local e global agora está disponível aos brasileiros”, diz ele em conversa com o blog Sonho Seguro.


Para que os negócios sejam duradouros, a seguradora investe em oferecer aos parceiros educação em forma de prevenção, bem como treinamento e tecnologia de última geração para lapidar o conhecimento, gerenciamento e técnicas de mitigação de riscos. O grupo suíço é um dos investidores no Vale do Silício em “predict analytics”, que envolve o estudo da Big Data. “A crise abre oportunidades para revermos conceitos e contratos. Nesse campo inovador nossos clientes podem se beneficiar de uma precificação de riscos mais transparente e análises de seus riscos, bem como benchmarking, baseado em Peers na sua indústria de modo global”, comenta Werner Stettler, vice-presidente de global corporate Brasil, que deixa a companhia depois de 30 anos atuando no grupo, 28 deles no Brasil, e passa o bastão para Baltis.


A expectativa dos executivos da Zurich é que o imbróglio político do Brasil se resolva dentro do processo democrático. Para isso, convidou palestrantes de peso para auxiliar a plateia, formada por clientes e corretores, a ter mais clareza dos problemas e das soluções que podem ser dadas nos próximos meses.


Por ser uma crise originada na política e que está arrastando a economia, a primeira a falar foi a ministra Ellen Gracie, que expôs sua opinião sobre as possíveis formas do Brasil sair desta crise nunca vista antes no país. “Não gostaríamos de estar passando por essa realidade, mas o importante é que estamos aqui fazendo debates como esse para entender as dificuldades jurídicas e suas soluções”, comentou ela a uma plateia formada por executivos que atuam na indústria de seguros global.

Rabello, Ellen e Gaudêncio: o Brasil tem jeito

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A ministra descartou que Dilma Rousseff renunciará do cargo de presidente, restando judicialmente outras medidas para tirá-la do poder, como o pedido de impeachment conduzido pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, diante das pedaladas fiscais, ou o impedimento, caso o Tribunal Eleitoral julgue procedente o processo que corre em segredo de Justiça, no qual se apura abuso do poder econômico, corrupção e fraude na campanha presidencial. “A solução da nossa crise será política e essas são as soluções jurídicas”, afirmou.


O economista Paulo Rabello de Castro mostrou indicadores macroeconômicos realmente assustadores, com encargos da dívida pública projetados em R$ 530 bilhões para 2015. “Não tem como trazer a vocês um cenário adocicado . E se nada mudar em razão do imbróglio politico que trava a economia, em 2016 teremos outros R$ 530 bilhões. Mais de R$ 1 trilhão”, destaca o economista num tom de verdadeira urgência de mudança. “O risco de 2016 é o da explosão das frustrações da população brasileira que foi estimulada a consumir e agora não pode ligar sua geladeira nova porque a conta de luz está cara, membros da família sem emprego e as notícias mostram um escândalo sem precedentes de corrupção”, ressaltou.

Rabello afirmou à plateia que é preciso que os empresários digam basta,. 


“Digam basta e assim poderemos começar a tirar o Brasil desta crise e tirar a sociedade de tamanha acomodação com esse cenário que vai explodir em 2016. Temos de sair dessa acomodação de esperar que o mundo se acabe para ver como fica. Vamos desengavetar o Brasil. É possível. Precisamos de mais entidades como a Confederação Nacional das Seguradoras. A CNseg tem se mexido muito em Brasília com uma agenda positive para tirar o Brasil deste cenário, mas ela sozinha é pouco para o tamanho desta crise”, diz.


Qual é a primeira imagem que me vem à cabeça quando penso no Brasil? “De um carro atolado em Cabrobó, em Pernambuco”, brinca o jornalista politico e professor Gaudêncio Torquato. “Enquanto todos ficam buscando culpados, o país se afunda ainda mais. Precisamos desatolar o Brasil”, diz. Ele, que faz análise politica há 30 anos, afirma nunca ter visto uma crise tão grave. Segundo ele, o país vive o esgotamento de um ciclo de 12 anos, com a saturação do ciclo da velha politica, com abandono de reformas estruturais, serviços públicos deteriorados, falta de investimento em infraestrutura, empregos de baixa qualidade, desindustrialização.


Os efeitos positivos da crise também foram destacados por Gaudêncio, que citou o efeito educativo da Lava Jato, uma maior transparência aos negócios, a conscientização ética, a democracia participativa e a certeza de que o Brasil precisa de reformas para seguir a trilha do sucesso. “O que se percebe é o desmonte da equação da era Lula, de boom do credito e do consumo e que ele apelidou de “bo ba co ca”. Traduzindo: bolso cheio, barriga satisfeita, coração agradecido e cabeça feliz. O desmonte significa bolso vazio, barriga insatisfeita, coração triste e cabeça vazia.


Torquato acredita que o estouro da boiada, ou seja, o pior, ainda virá. “Quando os bolsos das camadas mais carentes ficarem ainda mais vazios, teremos manifestações de verdade. 

Manifestações por meio do voto para prefeitos. A mudança começará na municipalidade e avançará para tornar o Brasil um país melhor. No entanto, mudar a cultura de um país marcado por um colonização predatória leva tempo”, arremata o cientista politico.


A ministra Ellen Gracie concorda, mas destaca: “O sistema judiciário e eleitoral já criaram a base da democracia, tornando o voto obrigatório e consolidando voto eletrônico em todo o país. Temos um sistema eleitoral moderno e de confiança. Cada vez que alguém coloca em cheque a autenticidade das urnas eletrônicas é investigado e nada se comprova. Agora os brasileiros realmente precisam ter candidatos com propostas para votar. Não adianta tudo o que temos se não há bons candidatos e boas propostas”, diz a ministra, que assim como seus colegas palestrantes, afirma: “A educação do povo é a base e a solução para qualquer sociedade democrática”.


O grupo tem claro que o Brasil é um país estratégico dentro da expansão internacional. Não estamos apostando no Brasil. Estamos construindo relações comerciais de longo prazo com nossos parceiros. Estamos construindo a sustentabilidade dos negócios com empresas que estão na mesma sintonia do grupo. Com grupos interessados em conhecer riscos, preveni-los e mitiga-los, tornando suas corporações resilientes a qualquer tipo de crise”, finalizou Baltis.


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