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Grupo Sura finca os pés no Brasil

Fonte: Valor Econômico 

Simon Plestenjak / ValorBatt, da RSA: ideia é privilegiar nichos como frotas, transportes e franquias

Ingressar no mercado brasileiro de seguros era plano antigo do colombiano Grupo Sura, que entre outros negócios no setor financeiro tem o Bancolombia. O projeto foi concretizado no mês passado com a compra das unidades da inglesa RSA em seis países da região pela Suramericana, braço de seguros e previdência do conglomerado.

O valor da operação foi de US$ 614 milhões, que serão desembolsados após a anuência dos órgãos reguladores locais. Os acionistas projetam retorno de 2% sobre o custo médio de capital em sete anos, a contar de 2016, previu o presidente da Suramericana, Gonzalo Pérez, em conversa com o Valor.

"Para nosso negócio atual o crescimento projetado é de 10,7% este ano. Na Colômbia, onde somos líderes de mercado, temos crescido de forma consistente acima da média do mercado, a taxas de dois dígitos", diz o executivo.

Pérez se disse otimista em relação ao desenvolvimento do negócio de seguro no Brasil. Para ele, como a participação do setor no PIB brasileiro é pequena, entre 3,5% e 4%, há espaço para crescer. A fatia está abaixo da média mundial, de 6,1%, e muito atrás do que se vê nos países desenvolvidos (12% e 14%).

Thomas Batt, presidente no Brasil da RSA Seguros, afirmou que, como a participação da companhia no mercado brasileiro também é pequena, de 1%, a estratégia é privilegiar nichos. Assim, seguirá atuando nos ramos de frota e de transportes, garantindo a cobertura de mercadorias durante o deslocamento nacional e internacional. Transportes é o principal segmento de atuação da companhia que faturou R$ 96 milhões no primeiro semestre, alta de 20% em relação ao mesmo período de 2014.

A intenção também é se consolidar no canal de varejo e avançar no de Pequenas e Médias Empresas, incluídas as franquias. Batt calcula que cerca de 70% das PMEs não têm nenhum tipo de seguro no país. "É um vasto mercado a explorar."

Batt diz não temer os efeitos da retração econômica brasileira sobre os segmentos de transportes e frota e que a companhia se dedica a ampliar a carteira e aprimorar os sistemas de gerenciamento de risco. "No momento em que a economia retomar, teremos base maior de clientes e agregaremos mais valor ao segurado", afirmou.

Entre janeiro e agosto, a RSA emitiu R$ 311,45 milhões em apólices de seguros no país, de acordo com dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep).

Na visão de Pérez, a segmentação do negócio permitirá uma expansão mais rentável a partir de 2016. "É quando começaremos a ver mais claramente os resultados das alterações que serão realizadas", disse o executivo, ressaltando que está deixando sob a administração de Batt o senso das melhores oportunidades para a colocação dos produtos que serão vendidos pela RSA sob a marca Suramericana. "Cada país e cada mercado merecem uma análise particular."

Batt afirma que, mesmo com a nova configuração da companhia no Brasil, não há pretensão de voltar a atuar em grandes riscos. A RSA encerrou a oferta de apólices nas áreas de engenharia e de patrimoniais no ano passado. "Nós detectamos que entre o preço cobrado nas apólices e o preço de risco havia uma deficiência entre 35% e 40%", disse.




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