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Swiss Re e HDI disputam aliança com Bradesco

Fonte: Valor Econômico 

Por Felipe Marques

A seguradora alemã HDI e a suíça Swiss Re são as duas finalistas no processo de negociação com o Bradesco para compra do controle da operação de seguros de grandes riscos do banco, afirmaram ao Valor duas fontes que acompanham o assunto. A expectativa é que o banco escolha uma das duas empresas e feche a operação até, no mais tardar, o fim de março.

Desde o fim do ano passado, o banco está em busca de um parceiro disposto a ficar com 51% de sua operação de grandes riscos. A intenção do Bradesco é ficar com os 49% restantes. Esperava-se que o acordo fosse firmado antes, mas a morte inesperada do principal executivo da área de seguros da instituição financeira, Marco Antônio Rossi, que estava conduzindo as negociações, atrasou o processo.

A operação de grandes riscos do banco movimenta em torno de R$ 400 milhões em prêmios anualmente, concentrados em apólices de seguro de transportes e patrimonial, segundo executivos próximos do processo. Empresas como Vale e BRF estão entre os clientes da operação.

A expectativa dessas fontes é que os múltiplos da operação fiquem abaixo dos alcançados pelo Itaú Unibanco com a venda de sua operação de grandes riscos à Ace, em 2014. O banco vendeu integralmente a área por R$ 1,515 bilhão, um múltiplo de quase cinco vezes o valor patrimonial da operação (de cerca de R$ 350 milhões). Mais recentemente, a SulAmérica vendeu sua operação de grandes riscos, junto com uma carteira do seguro obrigatório DPVAT, para a francesa Axa por R$ 135 milhões.

Para o Bradesco, a venda de uma parte da operação de grandes riscos terá efeitos positivos sobre o custo de capital do banco. Pelas regras de Basileia 3, que entra progressivamente em vigor até 2019, as atividades de seguros vão passar a consumir mais capital por parte dos bancos. Como a rentabilidade das operações de grandes riscos é menor que a de seguros de varejo, há um incentivo para que os bancos se desfaçam desses ativos. O acordo de acionistas, porém, prevê que o banco terá uma participação relevante na gestão do negócio, disse uma fonte.

Já para a HDI, o acordo representa uma chance de encontrar um parceiro bancário para atuar no Brasil, depois do fim da aliança com o HSBC Brasil, comprado pelo Bradesco. Na Swiss Re, o negócio é visto como uma forma de incrementar a presença no país.

Na fase inicial, outras seguradoras chegaram a olhar a operação, incluindo a Ace, a alemã Allianz, a italiana Generali e a americana Liberty.

Procuradas, Swiss Re e HDI afirmaram não comentar rumores. O Bradesco informou que "divulga somente informações de acordos ou negócios concluídos". Além do Bradesco BBI, J.P. Morgan e Itaú BBA assessoram as negociações.


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