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Bradesco avança em aliança com Swiss Re

Fonte: Valor Econômico 

Por Simone Cavalcanti e Felipe Marques
Kristoffer Tripplaar/AP
Swiss Re deve ficar com até 60% de joint venture em negócio de até R$ 750 milhões

A Bradesco Seguros está prestes a fechar com a seguradora Swiss Re joint-venture para atuar na cobertura de grandes riscos. O pré-contrato foi assinado entre as partes nesta semana e a previsão é que o anúncio formal seja feito no mês que vem, de acordo com interlocutores com acesso às negociações.

O valor total do negócio pode chegar a até R$ 750 milhões, mas a cifra final ainda não está definida.

No formato que está sendo desenhado, o Bradesco vai transferir sua carteira de apólices da operação com grandes riscos para a Swiss Re, que a colocará em uma empresa apartada. O banco receberá ações dessa nova companhia e deve ficar com uma participação de, no máximo, 40%, segundo fonte. O controle da empresa será da seguradora suíça. Além das ações, há expectativa de uma parcela ser paga ao banco em dinheiro.

Alguns dos detalhes da transação dependem da conclusão de uma "due dilligence". Também precisam ser acertados alguns pontos sobre a remuneração que o banco terá para distribuir as apólices de grandes riscos. Grandes clientes dessa carteira, Vale e BRF, por exemplo, também são importantes empresas no portfólio do banco. A intenção é que o canal da Bradesco Seguros Corporativos toque a parte comercial.

O Bradesco busca um sócio nessa área desde o segundo semestre do ano passado. O projeto era conduzido pelo então presidente da seguradora, Marco Antonio Rossi, que faleceu em novembro. Desde então, o presidente do banco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, assumiu a frente das negociações. Essa troca acabou fazendo com que a negociação demorasse mais que o esperado pelo banco. A operação é assessorada pelo J.P. Morgan.

A Bradesco Auto RE, empresa em que estão alocadas as apólices de grandes riscos do banco, encerrou 2015 com R$ 176,4 milhões em prêmios pagos, segundo dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep). Não custa lembrar, a operação de seguros de automóveis, também incluída neste valor, não está à venda.

Além da Swiss Re, a HDI Seguros chegou a negociar com exclusividade com o banco, mas acabou ficando de fora. A HDI não comentará o tema.

Procurado, o Bradesco afirmou que está em período de silêncio que antecede a divulgação dos seus resultados do primeiro trimestre. O banco divulgará os números no dia 28. Segundo uma fonte, há um desejo de anunciar o negócio na divulgação de resultados, mas isso depende da conclusão da "due dilligence". A Swiss Re não comenta rumores.

A venda de carteiras voltadas para seguros de grandes riscos tem movimentado o mercado de seguros nos últimos anos. No ano passado, a francesa Axa comprou o segmento da SulAmérica por R$ 135 milhões. Já em 2014, a americana Ace (agora Chubb) levou a do Itaú por R$ 1,5 bilhão.

Para o Bradesco, a venda de uma parte da operação de grandes riscos terá efeitos positivos sobre o custo de capital do banco. Pelas regras de Basileia 3, que entra progressivamente em vigor até 2019, as atividades de seguros vão passar a consumir mais capital por parte dos bancos. Como a rentabilidade das operações de grandes riscos é menor que a de seguros de varejo, há um incentivo para que os bancos se desfaçam desses ativos. O acordo de acionistas, porém, prevê que o banco terá uma participação relevante na gestão do negócio, disse uma fonte.

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