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Plano de seguro para pets é novo benefício oferecido por empresas nos EUA

Fonte: UOL

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Um número crescente de empresas está oferecendo planos de seguro para animais de funcionários

Jessica Parsons, uma enfermeira de terapia intensiva em Indianápolis, nunca pensou em um seguro para animal de estimação. Mas quando sua empregadora, a Universidade de Saúde de Indiana, o ofereceu como parte do pacote regular de benefícios da empresa anos atrás, ela adquiriu, com uma mensalidade de US$ 40 (cerca de R$ 130) descontada automaticamente de seu contracheque.

Foi uma decisão oportuna. Logo após obter o seguro, sua labrador retriever amarela de dois anos, Charlie, escorregou sob um trator na fazenda e teve a coluna e cauda esmagadas. Logo, a cadela não conseguia mover mais as patas traseiras e tinha sangue em sua urina. Levada às pressas ao Hospital Escola Veterinário da Universidade de Purdue, Charlie foi submetida a uma operação para estabilizar sua coluna e uma para remover um rim gravemente ferido. A seguradora de pet dela, a Nationwide, pagou grande parte da conta de US$ 14 mil.

Hoje, Charlie está bem. "Em comparação com lidar com um seguro humano, considerei bem agradável", disse Parsons sobre a experiência.

Parsons faz parte da tendência crescente na medicina veterinária: planos de benefícios fornecidos pelo empregador que dão cobertura ao cão ou gato (até mesmo um furão ou porquinho ocasional) contra acidentes e doenças. Cerca de 5.000 empresas, incluindo a Microsoft, Yahoo, Xerox e Hewlett-Packard, agora oferecem seguro para pets, às vezes oferecendo cobertura parcial ou completa, em um esforço para atrair talento, mas também reconhecendo os fortes laços emocionais entre as pessoas e seus animais.

É um lado da indústria do seguro que está crescendo rapidamente, disse o dra. Carol McConnell, diretora médica veterinária chefe da Nationwide, a maior seguradora de pets do país. "As pessoas consideram esse tipo de seguro mais aceitavel se um empregador o selecionou primeiro."

À medida que cresce a sofisticação da medicina veterinária, também cresce a preocupação dos donos dos animais com se podem ou não pagar pelo atendimento. A Associação Americana de Produtos para Pets, uma entidade setorial, estima que os americanos gastarão quase US$ 70 bilhões em seus animais de estimação neste ano, com quase um quarto desse valor destinado ao atendimento veterinário.

Os animais são submetidos a exames de imagens de ponta como tomografias computadorizadas e ressonância magnética para diagnóstico de problemas, recebem próteses de válvulas cardíacas, quimioterapia para combate a muitos cânceres, cirurgia para extração de dentes com problemas, até mesmo transplantes de rins.

"O seguro para pet representa uma mudança de jogo para muitos donos de animais" que caso contrário não poderiam arcar com esses procedimentos, disse a dra. Tracey Jensen, uma veterinária particular em Wellington, Colorado, e ex-presidente da Associação Americana de Hospitais Animais, que credencia os hospitais veterinários nos Estados Unidos e Canadá.

"Os pets ocupam hoje um lugar especial na vida das pessoas", disse Jensen. "São membros da família e seus donos não querem oferecer atendimento rápido e barato."

Apenas uma pequena fração dos donos de animais de estimação nos Estados Unidos possui seguro para pet. Estimados 1% a 2% dos quase 90 milhões de cães de estimação e dos mais de 94 milhões de gatos de estimação são segurados, como mostram estatísticas da indústria.

Todavia, o mercado cresceu de apenas uma seguradora, a Veterinary Pet Insurance (atualmente chamada Nationwide), em 1982, para pelo menos 11 empresas hoje, incluindo a Hartville Pet Insurance Group (atualmente chamada Crum & Forster), que oferece seguro por meio da Sociedade Americana de Prevenção de Crueldade Contra Animais. A Associação Norte-Americana de Seguro Saúde para Animais citou uma taxa de crescimento de 12% a 15% de detentores de apólice nos últimos dois anos.

"Com certeza há um aumento no número de animais de estimação segurados", disse Chris Middleton, presidente da Pets Best, uma seguradora em Boise, Idaho. Ele disse que desde 2013, a empresa de 11 anos viu um aumento de 60% no número de empregadores que procuram seguro-saúde de animais de estimação para seus funcionários. Mas a menos que os donos de animais tenham enfrentado contas veterinárias elevadas no passado (como Middleton com seu "cão comedor de pedras", segundo ele disse), muitos são dissuadidos pelo preço mensal.

Assim como o seguro-saúde humano, o seguro de pet apresenta uma variedade vertiginosa de opções. Um plano básico para certos males e acidentes pode custar US$ 20 (cerca de R$ 65) ou menos por mês; apólices mais abrangentes cobrindo exames de bem-estar anuais, vacinações, exames de sangue e uma série de tratamentos podem custar a partir de US$ 63 (cerca de R$ 205) por mês.

Em geral, seguros para gatos tendem a custar menos do que para cães. Muitas seguradoras de pets cobram mais por raças propensas a certas condições médicas, como cânceres e problemas cardíacos; um cachorro grande, como um dinamarquês, custa mais para segurar do que um chihuahua.

"Meu melhor conselho é encontrar outras pessoas que têm o plano no qual você está interessada, converse com seu veterinário ou peça referências da empresa", disse Heidi Ganahl, fundadora da Camp Bow Wow, uma franquia de treinamento de cães e hotéis para cães. Ela disse que antes de vender a empresa em 2014, ela ofereceu a seus 40 funcionários um seguro-saúde para pet e sempre segurou seus animais. "A maior coisa que deseja em qualquer apólice é a coisa catastrófica", ela disse.

"Em grande parte, a maioria dos seguros existe principalmente para ferimentos e doenças", não para bem-estar, disse o dr. Christopher Gray, diretor do Centro Médico Veterinário da Universidade Estadual de Michigan, em East Lansing. Ele não tem seguro-saúde para seus dois cães e dois gatos. A recomendação dele: veja o que pode ser dedutível, quais são os copagamentos e se a apólice cobre o animal ao longo de toda sua vida ou se encerra quando o animal atinge certa idade.

Dennis Rushovich, vice-presidente sênior do Hartville Group, sugere perguntar se o plano cobra taxas de exames assim como quaisquer medicamentos ou alimentos especializados prescritos pelo veterinário, e se o plano tem um teto anual para o que pagará.

A Consumer Advocate, uma empresa que avalia uma série de produtos, começou a analisar os variáveis anos atrás para classificar os planos de saúde para pets segundo críticas dos clientes, deduções e se cobrem as despesas contínuas de uma doença.

"Se seu cão tem uma displasia de quadril, isso pode ficar caro" caso a seguradora estabeleça um teto para os custos, disse Sam Niccolls, o fundador da empresa. Algumas seguradoras, ele disse, pagam por castração além de outros exames de bem-estar relativamente baratos, mas não por coisas que realmente elevam a despesa veterinária, como emergências ou doenças crônicas.

Alguns críticos questionam a confiabilidade dos rankings. A Consumers Advocate ganha dinheiro, em parte, com parcerias com algumas das mesmas seguradoras que avalia, apesar de a empresa ter dito que realiza as avaliações de forma independente. Outros dizem que os rankings são desatualizados (já que as seguradoras estão constantemente atualizando seus planos) ou podem ser distorcidos por críticas falsas de consumidores, um problema comum por toda a internet.

Em uma análise de custo de 2016, a Consumer Reports avaliou a cobertura de quatro concorrentes no setor para dois animais: um labrador mestiço de 12 anos com câncer de pele chamado Guiness e um gato mestiço chamado Freddie. Ela descobriu que para doenças sérias, como câncer, todas os planos apresentavam um benefício financeiro claro. Mas para condições menos sérias (uma cara limpeza dos dentes para o Freddie), apenas uma empresa pagava mais que o gasto anual com as mensalidades.

A Consumer Reports reconheceu que o tamanho limitado da amostra do estudo e a incapacidade de prever as futuras necessidades médicas de um animal tornam recomendações gerais difíceis. Mas ela concluiu: "se você gostaria de ter ajuda com contas veterinárias grandes e inesperadas, pode valer a pena considerar um plano".

Durante seu curso veterinário na Universidade Estadual do Colorado, recorda a dra. Christine Hardy, ela teve dificuldade em pagar quase US$ 5.000 em contas após seu golden retriever, Sam, ter desenvolvido problemas nos cotovelos e rompido um ligamento no joelho. "Ele era um desastre ortopédico", disse Hardy, atualmente diretora de operações do Centro Flint de Câncer Animal da universidade.

Sam já morreu, mas a experiência a persuadiu a segurar seu animal seguinte, Winston. A apólice cobriu 80% dos quase US$ 9.000 para tratamento do hemangiossarcoma do cão de 8 anos, um câncer de vaso sanguíneo em um local incomum: o céu da boca. "Como tínhamos o plano de saúde, nunca senti que as finanças interferiram em nossas decisões", disse Hardy. "Em vez disso, tomamos decisões baseadas no que achávamos melhor para Winston."

"Penso no seguro de pet da mesma forma que no seguro do carro", ela acrescentou. "Ele existe para quando as coisas saem terrivelmente errado."


Caso seu empregador ofereça um plano, ela disse, no mínimo dê uma olhada.

Tradutor: George El Khouri Andolfato

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