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Venda de papéis do IRB vai dar liquidez a fundo do governo que garante Fies

Fonte: Valor Econômico

Por Carolina Mandl e Daniela Meibak | De São Paulo

A oferta inicial de ações do IRB Brasil vai liberar até R$ 1 bilhão para o Fundo de Garantia de Operações de Crédito Educativo (Fgeduc), veículo que assegura parte do risco das operações do Fundo de Financiamento ao estudante do Ensino Superior (Fies).

Na quinta-feira, o governo anunciou uma nova versão do programa de crédito estudantil, que prevê financiar, a partir do próximo ano, 310 mil vagas do ensino superior a alunos com renda familiar mensal de até cinco salários mínimos.

Com 15,76%, o Fgeduc é acionista da resseguradora desde julho de 2015, quando a União aportou ações do IRB que possuía no fundo. Agora, a oferta de ações de empresa trará liquidez ao fundo de educação, já que ele receberá dinheiro pela venda de parte das ações e poderá depois vender os papéis remanescentes na bolsa de valores no futuro.


Lançado na sexta-feira, o IPO do IRB movimentará entre R$ 1,95 bilhão e R$ 2,63 bilhões, recursos que vão integralmente para atuais acionistas da resseguradora.

Com exceção da União, todos os sócios do IRB vão vender uma fatia de seus papéis: Fgeduc, BB Seguros, Itaú Vida, Itaú Seguros, Bradesco Seguros e Caixa Barcelona, fundo que reúne as fundação Previ (Banco do Brasil), Petros (Petrobras) e Funcef (Caixa Econômica Federal).

As ações serão vendidas entre R$ 27,24 e R$ 33,65, conforme o intervalo da faixa indicativa de preço fixado pela companhia. Com isso, o IRB deve chegar à bolsa de valores valendo entre R$ 8,5 bilhões e R$ 10,5 bilhões. Depois de coletar as intenções de compra dos investidores, o preço da ação será definida no dia 27 de julho.

Dona de 11,68% do IRB, a União manterá sua fatia de 11,68% na resseguradora, além da única ação preferencial da companhia. Esse papel, conhecido como "golden share", dá alguns direitos especiais ao governo, como poder de veto sobre questões como mudança da sede, nome, marca e também em algumas políticas de risco assumidas pelo IRB. Na mineradora Vale e na fabricante de jatos Embraer, o governo também detém "golden shares".

O Fgeduc é o acionista que mais deve levantar recursos com o IPO. Conforme o apetite dos investidores, a fatia do fundo pode cair dos atuais 15,17% para 5,17%. Pelo cenário mais conservador, o Fgeduc embolsaria R$ 570 milhões.

A BB Seguros, controlada pelo Banco do Brasil, detém hoje 20,43% do IRB, participação que pode cair para 15,23%. Nesse cenário, pode embolsar R$ 497,5 milhões. Isso também pode acontecer com a Bradesco Seguros, que possui uma fatia na companhia igual à da BB Seguros.

O Itaú, que detém via Itaú Seguros e Itaú Vida 14,94% do IRB, ficará com uma posição entre 11,64% e 11,14%. A venda das ações pode render até R$ 360 milhões.

Para os fundos de pensão, reunidos no fundo Caixa Barcelona, a oferta de ações pode trazer até R$ 275 milhões, caso sua participação caia de 9,84% para 6,95%.

O IPO do IRB tem coordenador líder da oferta o Bradesco BBI, além de BB Investimentos, Itaú BBA, J.P. Morgan, BTG Pactual, Brasil Plural e Bank of America Merrill Lynch.

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