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Icatu se une a BlackRock e lança fundo de previdência com aplicação no exterior

Fonte: Valor Econômico
Por Nathália Larghi | De São Paulo

Um ano e meio depois de o Conselho Monetário Nacional (CMN) flexibilizar as regras de investimento da previdência privada aberta, a Icatu Seguros lança nesta quinta-feira (19) um fundo que pode aplicar até 10% do patrimônio no exterior, o primeiro do mercado. A carteira vai destinar 90% dos recursos para títulos públicos atrelados à inflação (NTN-B) e 10% para um portfólio de ações de empresas consolidadas globalmente da gestora americana BlackRock.

Com aportes mínimos de R$ 10 mil ou aplicações de R$ 500 mensais, a ideia é popularizar esse tipo de aplicação. A expectativa da Icatu é captar R$ 100 milhões em um ano. O fundo cobra taxa de administração de 1,10% ao ano e taxa de saída, que começa com 3% no primeiro ano e cai progressivamente até zero a partir do quarto ano.

A necessidade de investir no exterior, segundo Felipe Bottino, diretor de produtos de previdência da Icatu Seguros, vem do fato de a bolsa de valores brasileira não refletir a economia em uma visão de longo prazo, condição fundamental para se investir para aposentadoria. "Quando falamos de setores importantes na economia de hoje, como tecnologia, ele representa 3% no Ibovespa. Obviamente, em um contexto global e de longo prazo é muito mais que isso. E no benchmark desse fundo representa mais de 15%", afirma Bottino.


Outro é a área de saúde. No Brasil, esse segmento representa 0,3% do índice e no benchmark do fundo mais de 10%, conta o executivo. "Essa diversificação setorial e geográfica, pensando em 20, 30 anos, faz toda a diferença."

A ideia, continua, é oferecer um produto de previdência com um retorno maior, mas mantendo a segurança que se espera desse tipo de aplicação. Os 90% investidos em NTN-Bs, afirma, são para garantir o poder de compra dos investidores com um juro real no longo prazo. Já a parcela aplicada no fundo da BlackRock busca um retorno adicional. Para Bottino, existe uma necessidade de educar financeiramente os brasileiros, apresentando produtos mais rentáveis.

"A diversificação no longo prazo tem benefício muito grande, isso é academicamente comprovado", afirma. "Hoje, dos R$ 680 bilhões de recursos aplicados em planos de previdência privada PGBL e VGBL, 95% estão alocados em renda fixa conservadora, o que, na nossa concepção, não faz sentido. [Esse fundo] faz parte da nossa missão de promover também educação financeira, de dizer 'essa alocação está errada por esses motivos'."

A escolha do fundo da BlackRock, ainda segundo Bottino, também foi uma forma de garantir a segurança do investimento, já que a empresa tem uma tradição em produtos de aposentadoria. Dos US$ 6 trilhões de ativos sob gestão da BlackRock globalmente, aproximadamente dois terços são relacionados ao tema, conta o diretor Rodrigo Araujo.

Nesse contexto, segundo o executivo da BlackRock, a estratégia é procurar companhias com "maior resiliência do resultado. "Temos uma gestão ativa, com uma política de investimento bem desenhada. Investimos em empresas globais que estejam bem posicionadas no mercado, líderes de seus setores, com boa distribuição e participação regional onde atuam, boa gestão de fluxo de caixa e margens consistentes", diz.

O produto será distribuído por corretoras e plataformas digitais. XP, Genial e Órama são algumas que já estão na lista, segundo Bottino.

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