Breaking News

Educação financeira é estratégica para mostrar relevância do seguro

Fonte: Valor Econômico
Por Roseli Loturco | Para o Valor, de São Paulo

A pauta educação financeira pode não ser nova para o setor de seguros, mas ganhou relevância e peso de dois anos para cá. Com a utilização mais agressiva de canais de comunicação, as seguradoras tentam chegar próximo de quem desconhece a funcionalidade ou a importância dos produtos que oferecem. As ações se tornaram estratégicas em um setor que almeja dar um salto em sua representatividade na economia, hoje inferior a 10% do Produto Interno Bruto do país. Em 2017, o setor acumulou R$ 424,5 bilhões (com saúde suplementar, sem DPVAT) em prêmios assegurados e acredita que pode avançar muito mais apostando em ações educativas.

Apesar de trabalhar com programas desde 2010, foi a partir da crise econômica de 2015 e 2016 que a Confederação Nacional das Empresas de Seguro Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNSeg) decidiu dar maior ênfase ao planejamento dessas iniciativas. Isso porque a experiência mostrou que é preciso ter foco, comunicação didática e veículos apropriados para falar de seguros e previdência, devido à diversidade e complexidade dos diferentes produtos. "As escolhas são diferentes. Podem ser de longo prazo, de uma ou mais ações e pessoas. São mundos diferentes, com cobertura de patrimônio ou da própria vida e saúde", indica Márcio Coriolano, presidente da CNSeg.

Além da sociedade, as ações são voltadas para stakeholders com os quais o setor se relaciona como órgãos de defesa do consumidor, imprensa, poderes Legislativo e Judiciário. De olho nisso, em julho de 2016, a entidade lançou o programa Educação em Seguros, com 21 iniciativas para levar conhecimento a esse público. Há livretos, guias e cartilhas, parcerias com instituições de ensino, criação da rádio web CNseg, vídeos no You Tube, fóruns e debates e workshop para públicos variados, entre outras ações.

As seguradoras também têm buscado uma comunicação eficiente com seus públicos. A Zurich realiza há três anos o estudo Income Protection Gaps (IPG), em conjunto com a Universidade de Oxford, na Inglaterra, com a finalidade de sensibilizar a sociedade e desenvolver um entendimento sobre as causas e as consequências das falhas na proteção de renda e o que representam para indivíduos e macroeconomia. "O relatório final do IPG apontou a educação financeira como uma das soluções para corrigir as falhas na proteção de renda da população", explica Carlos Tejeda, diretor de distribuição de vida e previdência da Zurich. Segundo a pesquisa só 19% entre mais de mil brasileiros entrevistados têm o produto que previne perda de renda em caso de morte, o pior índice entre os 12 países avaliados IPG. "E, dentre os que não têm o seguro de vida no Brasil, mais da metade (56%) considera adquirir algum tipo de produto de proteção de renda", diz Teleja.

Para conscientizar a população, a Icatu lançou em 2014 o portal Plataforma do Conhecimento, com conteúdo para todas as idades, simuladores, jogos e cursos online em parceria com a Fundação Getúlio Vargas. Entre os temas está a organização do orçamento familiar, da aposentadoria, investimentos e despesas. "Entre setembro e dezembro, 73.475 pessoas se inscreveram nos cursos", diz Humberto Sardenberg, superintendente da Icatu Seguros.

Na Prudential, a educação financeira está inserida no modelo de negócio por meio da venda consultiva que busca a aproximação dos corretores e parceiros com os clientes. Um dos objetivos é que o seguro de vida entre no planejamento financeiro. "Nosso slogan é 'vendas baseadas em necessidades'. Ofertamos o seguro de acordo com o que as pessoas precisam e podem pagar. Queremos conscientizar sobre a importância do seguro de vida", diz Marcelo Eboli, diretor de marketing da seguradora. O executivo lembra que mesmo dentro do seguro de vida existem várias modalidades e coberturas, além da morte, que precisam ser esclarecidas como invalidez, doenças graves, perda de autonomia pessoal, sucessão empresarial e diária de internação hospitalar.

Nenhum comentário

Escreva aqui seu comentario