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Independentes mostram os melhores resultados

Fonte: Valor Econômico
Por Guilherme Meirelles | De São Paulo

Estudo preparado pela corretora XP Investimentos com exclusividade para o Valor revela que os dez fundos de previdência mais rentáveis nos últimos 12 meses são de seguradoras independentes (não ligadas a bancos). Todos os fundos são multimercados, dos quais oito enquadram-se como balanceados-30 (30% dos ativos em renda variável). A rentabilidade (descontada a taxa de administração) varia entre 20,91%, do Leblon Icatu Previdência FI Mult a 18,08%, do Sul America Mix 49 FI Mult. A inflação no mesmo período (pelo IPCA) foi de 2,68%. As taxas de administração partem de 0,8% chegando a 2%. No caso do ranking da XP, os dez fundos estão concentrados entre as seguradoras Icatu e Sul América, sendo que dois deles têm parceria com gestores terceirizados.

Segundo Gustavo Pires, head da plataforma de fundos do Grupo XPi, há uma diferença na cultura financeira da indústria independente de fundos de previdência (seguradoras e gestores) e os grandes bancos de varejo. "A indústria tradicional de previdência cresceu e vem se mantendo com carteiras de renda fixa, inadequadas para quem inicia o processo de acumulação. Já os independentes enxergam como um investimento de longo prazo, no qual os jovens têm mais propensão em aceitar o risco nos primeiros anos e gradativamente mudar o perfil do fundo na medida em que se aproximam da aposentadoria", afirma.

O fenômeno da entrada de novos gestores é recente, diz Pires. "Começou em 2015, com o ingresso da Verde Asset. Em seguida vieram outros, como Ibiúna e Brasil Plural, sempre em parceria com seguradoras". Hoje, a XP oferece 40 fundos de previdência, de 25 gestoras e três seguradoras com gestão própria. Segundo Pires, a tendência deve se tornar mais comum após a entrada em vigor das normas da Resolução 4.444.

Para Arlete Nese, sócia da consultoria ON Valor, a questão envolve o desconhecimento dos regulamentos dos fundos. "A falta de educação financeira para entender o mercado de capitais leva o varejo, que tem maior capilaridade na distribuição, a oferecer produtos de mais acesso ao público. Já o cliente não compara as taxas de outros produtos e acaba perdendo rentabilidade", afirma.

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