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Seguro de crédito pode ganhar força entre carteiras estruturadas até 2022

Fonte: DCI

A implementação das regras de Basileia III já traz atenção de fundos e ativos, que começam a utilizar o produto como maneira de contenção de custos melhora da performance financeira

O seguro de crédito deve ganhar força como ferramenta para carteiras estruturadas. Utilizado para diluição de risco, contenção de custos e melhora da liquidez, expectativa é que demanda se intensifique até 2022, com a implementação das regras de Basileia III.

Impulsionado pela recessão dos últimos anos, os prêmios das apólices de crédito saíram de R$ 60,667 milhões em dezembro de 2014, para R$ 96,940 milhões em igual mês do ano passado, aumento de 59,7% no período, de acordo com informações da Superintendência de Seguros Privados (Susep).

“A migração veio porque o perfil do segurado mudou. Deixa de ser apenas transferência de risco e uma forma de conseguir empréstimo [com o produto como garantia], mas também uma maneira de aumentar a liquidez ”, explica o diretor comercial e de marketing da Euler Hermes, Luciano Mendonça.

A ideia é que as carteiras estruturadas – e nessas incluem-se Certificado de Recebíveis Imobiliários e Agrícolas (CRIs e CRAs), além de Fundos Imobiliários e Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDCs), por exemplo – que contratem o seguro, consigam mostrar melhor liquidez financeira.

“O que acontece é que o balanço de contas a receber passa a ter um valor muito mais baixo. A eficiência financeira acaba sendo maior e traz um aumento de liquidez”, completa Mendonça. Cerca de 30% da carteira da seguradora corresponde por essa contratação.

Já segundo a economista responsável pela América Latina da Coface, Patrícia Krause, outro movimento que continua ganhando força é o uso do produto como garantia para empréstimos, principalmente por conta do baixo repasse da queda da taxa básica de juros (Selic) – agora em 6,5% – no custo do crédito bancário.

“A Selic pode até mesmo chegar nos 6,25%, mas para a ponta tomadora essas reduções não têm feito diferença”, comenta a especialista e reflete que o seguro de crédito tem sido reformulado para facilitar sua aceitação no mercado.

“Temos nos aproximado dos bancos e trazido modelos mais enxutos e fáceis de entender. Isso deve, inclusive, trazer uma procura maior, principalmente, pelas empresas exportadoras, que acabam conseguindo descontos importantes na hora do financiamento”, diz Krause.

Só em fevereiro deste ano, o prêmio direto do mercado segurador totalizou R$ 67,215 milhões, aumento de 38,3% em relação ao mesmo mês de 2017. No bimestre, o montante soma R$ 140,036 milhões, alta 11,7% na mesma comparação (R$ 125,386 milhões).

Sinistralidade

Da outra ponta, porém, os preços atuais ainda refletem a alta sinistralidade dos últimos anos. Segundo os últimos dados da Susep, enquanto a sinistralidade de 2015 ficou em 105,8%, o índice de 2016 alcançou um total de 114,9%.

“A queda da sinistralidade já foi bastante drástica em 2017 e isso já traça uma tendência positiva”, afirma Krause. Só na Coface, a queda desse índice foi de 11% no ano passado.

Já segundo Mendonça, apesar dessa melhora, o impacto nos preços não é imediato.

“Além da análise de risco ser válida para 12 meses, ainda há incertezas em relação ao futuro do País que impossibilitam uma redução maior nesse preço”, avalia o executivo. Ele acrescenta, porém, que “as possibilidades são muitas”.

“Dos 42 mil corretores, no máximo 30 operam com o produto. É uma distribuição que ainda não foi mapeada e que pode trazer números gigantescos ao mercado nos próximos anos”, conclui Luciano Mendonça, da Euler Hermes.

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