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BC, CVM e Susep usam 'blockchain' na troca de dados de mercado

Fonte: Valor Econômico


A tecnologia do "blockchain", amplamente conhecida por dar suporte às criptomoedas, tem um potencial de aplicação tido como ilimitado, pois confere segurança e velocidade na troca de informações. Esses atributos levaram o Banco Central (BC), a Superintendência de Seguros Privados (Susep) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a desenvolver um projeto para deixar mais rápido o intercâmbio de informações e a tomada de decisões entre as instituições envolvendo o mercado financeiro.

Feito com recursos da Microsoft Azure, plataforma de computação em nuvem da empresa, as instituições estão operando a Plataforma de Integração de Informações das Entidades Reguladoras (Pier), que é uma rede descentralizada e colaborativa que coloca os três órgãos para conversarem entre si em tempo real. O projeto está em fase inicial de implementação desde abril, mas começou em 2017.

"Hoje, a requisição é gravada diretamente no blockchain do Pier, assim como as respostas de BC, Susep e CVM, podendo ser resolvida de forma quase instantânea. Isso acontece porque cada entidade tem um pedaço dessas informações e o conteúdo é compartilhado conforme o necessário", explica o chefe do Departamento de Tecnologia da Informação do BC, Marcelo Yared, em nota divulgada pela Microsoft.

Ainda de acordo com Yared, além de uma maior agilidade, trocar papéis e e-mails por uma rede descentralizada e automatizada torna todo o processo mais seguro, auditável e menos sujeito a falhas de controle.

Como o sistema é criptografado, o acesso só é liberado para quem tem a "chave". E há diferentes níveis de acesso, com usuários podendo apenas ver as informações e outros que são autorizados a modificar ou validar dados.

Até então a validação e aprovação de documentos e requisições exigia que as três autarquias utilizassem e-mail, telefonemas ou mesmo ofícios em papel. Assim, o processo era lento, podendo levar dias ou até semanas para ser concluído. Muitas vezes, documentos impressos precisavam ser enviados e recebidos múltiplas vezes entre diferentes cidades e escritórios, gerando um vaivém de documentos físicos.

Era isso o que acontecia, por exemplo, com a aprovação de um novo dirigente para uma instituição financeira, que demanda análises e checagens do candidato pelos três órgãos.

Ainda de acordo com Yared, depois da primeira fase de implementação, que deve ser concluída ao longo dos próximos meses, a ideia é disponibilizar a ferramenta para outros órgãos do governo.

"Queremos oferecer à administração pública um instrumento que pode trazer mais agilidade ao Estado. Começamos com a proposta de resolver um desafio local e imediato, mas a ferramenta tem um potencial muito mais amplo, podendo trazer melhorias significativas de eficiência pública. Não há limites para essas oportunidades", diz Yared.

Segundo a Microsoft, o projeto do Pier é baseado no Quorum, uma versão corporativa do Ethereum que foi desenvolvida pelo J.P. Morgan para ser uma plataforma especializada em contratos inteligentes (smartcontracts) e se tornou um dos protocolos de blockchain mais populares do mundo.

"A Microsoft é uma habilitadora dentro do setor financeiro e oferece uma plataforma completamente agnóstica e aberta, que traz as principais soluções de blockchain do mercado. Assim, estamos prontos para atender as necessidades de nossos clientes e parceiros de forma fácil, simples e rápida. Acreditamos que o blockchain será cada vez mais uma tecnologia fundamental no processo de transformação digital", afirma o diretor Nacional de Tecnologia na Microsoft Brasil, Ronan Damasco.

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