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Caixa Seguridade tem 14 interessados para explorar seguros

Fonte: Valor Econômico


SÃO PAULO  -  
Depois de anunciar na semana passada a renovação de sua parceria com a francesa CNP Assurances até 2041, para os ramos de seguro de vida e prestamista e de produtos de previdência, a Caixa Seguridade espera concluir ainda este ano o processo para escolher o parceiro para os segmentos restantes: seguro habitacional e carta de crédito, auto e riscos patrimoniais. Segundo fonte a par do assunto, foram identificados 40 grupos globais que se enquadram nas exigências feitas pela Caixa, dos quais 14 assinaram o acordo de confidencialidade para poder participar da disputa.

Não está claro quantos desses 14 de fato fizeram propostas. A própria CNP, obviamente, é um concorrente natural, por ser o parceiro atual e conhecer bem a operação, o que permite a ela fazer uma proposta justa. Outros grupos, porém, podem ser mais agressivos para tentar ficar com esses ramos, incluindo o habitacional, carro-chefe da Caixa.

Segundo o Valor apurou, a BB Seguridade é uma das que está na disputa. Já o Bradesco teria sido excluído do certame pela Caixa, que havia alertado que poderia descontinuar conversas com potenciais parceiros que tenham outras operações de “bancassurance” no Brasil, se entendesse que existe risco de eles aliciarem seus clientes após ter acesso a sua base de dados.

A CNP pagou R$ 4,65 bilhões pelos ramos de seguro de vida e prestamista e os produtos de previdência, que respondem por cerca de 60% dos prêmios da Caixa Seguridade. O preço pelos segmentos restantes, apesar do volume menor no total da receita, pode acabar ficando perto disso, em função do seguro habitacional e também do potencial do ramo automotivo, que atualmente é muito pouco explorado pelo banco público.

O cronograma para concluir essa licitação ainda em 2018 não é simples, mas fontes acreditam que seja factível, pois o processo já havia sido iniciado, tendo ficado paralisado por alguns meses enquanto a Caixa concluía as negociações com a CNP. De acordo com pessoa a par do processo, as investigações envolvendo a Caixa no âmbito da Lava-Jato não são um impeditivo e não foram citadas por nenhum dos participantes do certame. Diferentemente da Caixa, a Caixa Seguridade não tem ressalvas em seu balanço em função das investigações.

A percepção é que nem mesmo as eleições presidenciais de outubro teriam potencial para interromper o processo. Como não se trata de uma venda, mas sim uma parceria, e o acordo original com a CNP já tem quase 20 anos e nunca houve problema, o assunto tem menos chances de ser explorado eleitoralmente.

A Caixa Seguridade trabalha ainda em uma terceira frente, que é a renovação da parceria na área de capitalização com Icatu e SulAmérica. A ideia é concluir essa operação também este ano.

Resolvidas essas três parcerias, a holding de seguros da Caixa terá melhores condições de trabalhar na sua oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). A empresa até tentou emplacar sua listagem em 2016, mas a operação acabou não indo para frente, por questões macroeconômicas e também em função das incertezas sobre como seria a renovação com a CNP. A ideia, agora, é protocolar o prospecto em dezembro e concretizar o IPO na janela de abril do próximo ano.


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