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Contratação de seguro para celular pode ser uma cilada

Fonte: O Tempo

No último ano, o número de pessoas que tiveram celulares roubados no Brasil subiu de 39% para 49%, segundo pesquisa realizada junto a 2.072 consumidores pela Panorama Mobile Time/Opinion Box, em parceria com o site de notícias Mobile Time e a empresa de soluções em pesquisas Opinion Box.

Nessas situações, muitos acionam o seguro do aparelho, na certeza de se livrarem do prejuízo, mas nem sempre isso acontece. Segundo o Procon Assembleia, os seguros de furto e roubo para celulares podem ser uma verdadeira cilada.

O coordenador do órgão, Marcelo Barbosa, orienta os consumidores a não contratarem esses seguros sem ter total clareza do seu conteúdo. “Os furtos de celular em ambientes com aglomerações ou mesmo na rua, situações em que a vítima não sofre ameaça e pode nem perceber o crime, são classificados como furtos simples e não estão cobertos”, afirma Barbosa.

O consumidor também perde o direito à indenização se demonstrar “negligência para evitar os prejuízos cobertos, durante ou após a ocorrência de qualquer sinistro”, explica o coordenador do Procon Assembleia. Isso significa que as seguradoras podem negar a cobertura alegando negligência.

“O consumidor deve ser alertado sobre riscos, restrições e exclusões previstos no contrato do seguro. Caso contrário, a venda do serviço é desonesta. Quem se sentir lesado deve procurar o Procon para resguardar seus direitos e, se necessário, ingressar com uma ação na Justiça”, diz Barbosa.

Em Minas Gerais, o número de aparelhos furtados e roubados, entre janeiro e agosto de 2018, teve redução, quando comparado ao mesmo período do ano passado. Ao todo, foram registrados 66.757 furtos e roubos, contra 79.492 em 2017, redução de cerca de 16%. Em Belo Horizonte, a queda chegou a aproximadamente 10%, passando de 25.715 furtos e roubos, registrados de janeiro a agosto de 2017, para 23.134, no mesmo período de 2018.

Apesar de Minas Gerais aparecer na contramão do que acontece no país, o número de pessoas que tiveram seus celulares furtados ainda é alto. E, cada vez mais, consumidores buscam uma forma de se protegerem, e não ficarem no prejuízo quando são vítimas dos crimes.

A pesquisa da Panorama Mobile Time/Opinion Box revela um aumento na contratação do serviço de proteção a celulares. Das 1.063 pessoas que nunca tiveram aparelhos roubados/furtados, 7% possuem seguro, e o percentual sobe para 16% entre as 1.009 pessoas que já foram vítimas.

O administrador Felipe Rafael da Silva, 26, faz parte dessa estatística. Em fevereiro de 2017, ele teve seu celular roubado e, quando foi realizar a compra de um novo aparelho, contratou um seguro para o smartphone. “Em novembro do mesmo ano, quando estava em Porto Seguro (BA), fui roubado novamente, e foi o seguro que me salvou”, conta.

Silva teve sorte, já que, segundo ele, o processo para conseguir o ressarcimento foi bem simples. “Só precisei juntar os documentos, como boletim de ocorrência e recibo do aparelho. Rapidamente peguei outro, com o desconto da franquia que paguei pelo seguro”, afirma.

Empresas precisam de autorização da Susep

Em nota, a Superintendência de Seguros Privados (Susep) esclareceu que empresas que comercializam produtos que reúnem características do seguro, sem obedecer às regras estabelecidas pela legislação vigente, não se enquadram no mercado supervisionado pela autarquia.

No entanto, todas as empresas que comercializam produtos de seguro precisam ser autorizadas pela Susep.

Ainda assim, a autarquia mantém uma força-tarefa constante, no sentido de coibir a realização de operações de seguros por empresas sem autorização para vender o produto.

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