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Pan Seguros assume nova identidade

Fonte: Valor Econômico

Celso Doni/ValorEduardo Domeque, CEO da Too: "Mudanças de nome e marca consolidam dois anos de transformação da companhia"

A Pan Seguros deixa de existir hoje. Na verdade, trata-se de uma notícia positiva para a companhia. A partir desta segunda-feira, a seguradora de 54 anos muda nome, logomarca e posicionamento. Passa a se chamar Too Seguros, termo em inglês que significa juntos.

Eduardo Domeque, CEO da empresa, ressalta que as mudanças de nome e marca consolidam uma transformação que tem sido conduzida já faz dois anos. No período, a seguradora, que tem como sócio majoritário o BTG Pactual e conta com participação acionária da Caixa, substituiu todos os antigos sistemas digitais, investiu em inovação, como em tecnologias de análise de dados maciços (big data), em modernização de processos, em canais de atendimento, além de renovar, ampliar e treinar a equipe. Como resultado, a Too Seguros se reinventou e transformou-se em uma veterana com alma de startup.

"Nossa nova estrutura de tecnologia da informação, por exemplo, não conta mais com quase nenhum sistema que existia antes desses dois anos", diz Domeque. O próprio executivo foi para a empresa com a missão de liderar a reformulação. O CEO da Too Seguros chegou à casa há dois anos, vindo dos quadros do controlador, o BTG Pactual.

Com a carreira feita no mercado financeiro dentro do BTG, Domeque assumiu a seguradora em um momento no qual os resultados financeiros minguavam para todo o setor diante da queda da taxa Selic de 14,25% ao ano para 6,5%, entre agosto de 2016 a março de 2018. "Muitas seguradoras, na verdade, vinham de uma certa acomodação com o retorno financeiro obtido no passado" de juros elevados. "Meu desafio tem sido impulsionar o ganho operacional" da companhia.

Os números dos balanços mais recentes mostram que a missão dada tem sido cumprida - e rapidamente. O resultado financeiro cresceu 16% entre 2016 e 2017, de R$ 55,2 milhões para R$ 64 milhões. O ganho operacional saltou 62%: saiu de R$ 64,7 milhões há dois anos para R$ 104,8 milhões em 2017. Já os prêmios líquidos emitidos avançaram 4,2% para R$ 704,9 milhões.

Como resultado, o retorno sobre patrimônio líquido (ROE) praticamente dobrou de um ano para o outro. A taxa saiu de 6,78% no fim de 2016 para 12,91% em dezembro de 2017. E, segundo Domeque, em 2018 o índice continua avançando. "Se considerarmos este ano, o retorno sobre patrimônio mais do que dobrou."

A transformação digital da companhia teve como ganhos efetivos um melhor acompanhamento e atendimento aos clientes em relação aos sinistros, precificação e avaliação de riscos mais avançadas com uso de tecnologias como "big data", de análise de grandes quantidade de dados, além da ampliação de canais de distribuição.

O novo momento da companhia mostra que a aposta do sócio controlador tem se pagado. O BTG chegou a anunciar a venda da participação de 51% na seguradora junto com a fatia da Pan Corretora em abril de 2016 para a francesa CNP Assurances por R$ 700 milhões. Porém, o acordo foi cancelado em fevereiro de 2017 devido a "impossibilidade de satisfação de determinadas condições", segundo comunicado da época.

Domeque explica que dois anos atrás o banco passava por um momento no qual colocou à venda grande parte dos ativos considerados "não centrais" dentro do negócio da instituição financeira. "O BTG sempre enxergou valor na operação", afirma. Assim que a pressão pela recapitalização do banco passou, a prioridade do controlador passou a ser a melhora da rentabilidade do grupo de seguros.

Além da mudança operacional, Domeque assumiu com a meta de mudar a cultura da empresa e aproximar visão, procedimentos e valores dos praticados pelo banco. "Empoderamos as pessoas que quiseram participar da mudança e reforçamos a meritocracia", cita.

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