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Setor segurador cria apólice para perdas com greves

Fonte: Valor Econômico

Devido às recentes paralisações de caminhoneiros no país, o setor de seguros se organizou para criar uma apólice que cobre as perdas ou danos causados às mercadorias decorrentes de atrasos na entrega por motivo de manifestações ou bloqueios de grevistas.

O produto foi desenvolvido pela corretora Marsh, em parceria com as seguradoras Argo, Sura, Sompo e Mitsui, mas contará com a adesão de praticamente todas as seguradoras que atuam no segmento de transporte. Esse mercado soma R$ 1 bilhão em faturamento ao ano. "Em nenhum lugar do mundo encontramos essa cobertura, que é inédita", diz Sérgio Caron, superintendente de transporte da Marsh Brasil.

O Brasil sofreu com greves de caminhoneiros neste ano, sendo que a de maio foi a mais duradoura e abrangente. No episódio mais recente, na última segunda-feira, em Santos, no litoral paulista, um grupo de caminhoneiros fechou o acesso à entrada da Alemoa, um dos principais ao porto de Santos, porque o ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, proibiu a aplicação de multas aos transportadores que não seguirem a tabela de fretes.

Com a paralisação de maio, empresas contataram suas seguradoras na tentativa de obter uma indenização pelas perdas causadas com as cargas paradas nas estradas. Tradicionalmente, os seguros de transporte têm uma cláusula especial que cobre danos causados pelas greves e manifestações. No entanto, elas envolvem situações mais específicas e diretas, como por exemplo o caso de os próprios grevistas danificarem a carga.

As empresas poderão reservar 5% do valor limite segurado para a nova proteção sem custo adicional. Num limite de R$ 2 milhões, por exemplo, a empresa terá indenização para uma perda de R$ 100 mil em carga parada devido à greve. A partir desse percentual, haverá uma cobrança pela cobertura. Será possível, ainda, desenhar a apólice conforme a necessidade do cliente.

O seguro, que já está disponível, é oferecido ao dono da carga, para danos ocorridos durante o transporte, seja em veículo próprio ou de terceiros. Apesar das greves ainda representarem menos do que acidentes e roubos no prejuízo aos donos de cargas, segundo Caron, o setor de seguros acredita que "olhando para o futuro, elas devem ganhar relevância, porque a sociedade está mais organizada".

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