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Resultado da Porto Seguro tem forte avanço, apesar de juros baixos

Fonte: Valor Econõmoco
Fernando Martinho/ValorPicanço, da Porto: ajuste de preços no segmento auto contribuiu para desempenho, mas não deve se repetir em 2019

O baixo crescimento econômico do país não impediu a Porto Seguro de fechar 2018 com um resultado que a própria companhia classificou como "historicamente importante". O lucro líquido, por exemplo, saltou 34% na comparação com 2017, para R$ 1,3 bilhão, e o resultado financeiro - um calcanhar de aquiles do setor em época de juros nas mínimas - aumentou 93,3% no período, para R$ 297,5 milhões.

Os números foram conquistados durante um momento particularmente turbulento, no qual o país enfrentou da paralisia causada pela greve dos caminhoneiros, em maio, à volatilidade provocada pelas eleições, em outubro. Sem tantas incertezas, as perspectivas para este ano parecem melhores. "Estamos confiantes na retomada da economia e no crédito, condições que fazem o seguro auto ficar mais robusto", afirma Marcelo Picanço, diretor de negócios e investimentos da seguradora.

Conforme o executivo, o segmento responde por dois terços dos prêmios recebidos pela Porto e "uma melhoria desse produto sempre pesa no resultado". Picanço destaca que o desempenho do seguro auto em 2018 "foi quase duas vezes maior comparado ao do ano anterior", impulsionado pela melhora na sinistralidade, recomposição de margens e ganhos operacionais.

Para este ano, o diretor da Porto vê pouco espaço para mais subidas de preços, um dos fatores que ajudaram a sustentar os resultados em 2018. Para ele, a tendência, na verdade, é de estabilidade ou até uma ligeira queda. O avanço da economia, do emprego e da renda afeta positivamente os índices de segurança. "Quando o risco cai, o preço cai", diz.

O resultado de 2018, como um todo, é classificado de "historicamente muito positivo" pelo diretor. O principal impulso para o crescimento do lucro e das receitas veio da melhoria operacional do produto auto.

O lucro recorrente atingiu R$ 387 milhões no quarto trimestre, um crescimento de 43,6% ante o mesmo período do ano anterior. Em 2018, o lucro foi de R$ 1,318 bilhão, com expansão de 34,2%.

Os prêmios emitidos somaram R$ 4 bilhões no quarto trimestre, com expansão anual de 2%. Apesar da relativa estabilidade, Picanço chama atenção para a melhora no retorno financeiro, mesmo com os juros na mínima histórica. "No trimestre, a rentabilidade financeira foi quase duas vezes a do quarto trimestre de 2017", compara. O resultado financeiro em 2018 subiu 93,3%, para R$ 297,5 milhões.

O executivo destaca ainda a melhora da rentabilidade. O retorno sobre patrimônio líquido médio (ROAE) terminou 2018 em 19,1%. Já o índice combinado de seguros, que considera sinistralidade e despesas, registrou uma melhora de 1,4 ponto percentual no trimestre, para 93%. A sinistralidade geral aumentou 0,6 ponto percentual em relação ao quarto trimestre de 2017, para 52,1%.

Outras unidades tiveram crescimento percentual superior ao do principal segmento da Porto. A área de negócios financeiros e serviços avançou 17,5% na comparação anual, com receitas de R$ 158,5 milhões. A expansão, segundo a Porto, foi impulsionada pelas operações de cartão de crédito e financiamento, que responderam por 55,2% das vendas da unidade.

A previdência foi o único ponto negativo nos resultados, com queda de 8,2% no ano passado. Picanço atribui o desempenho aos efeitos da crise prolongada dos últimos anos. "O mercado sentiu a questão dos resgates, porque a classe média sofreu e precisou usar as reservas, mas agora estamos saindo desse ciclo."

Para o executivo, a possibilidade de uma reforma da Previdência deve impulsionar o setor. "Com a discussão, a sociedade está cada vez mais consciente de que a solução não virá 100% do Estado e apenas isso já aumenta a demanda."

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