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Ajuste de taxas contribui para avanço anual de 31,3% para seguro de crédito

Fonte: DCI

A retomada da economia ajuda, já flexibilização no uso do produto como ferramenta de expansão de negócios e mitigação de riscos também promete trazer crescimento ainda maior para 2019

Os prêmios emitidos do seguro de crédito cresceram 31,3% em 2018. Além da maior demanda pelo produto, o avanço do setor também vem calcado em um aumento de taxas para sanar as altas sinistralidades dos anos anteriores, que chegaram a até 133%.

Dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep) apontam que o total de prêmios emitidos no ano passado alcançou R$ 1,164 bilhão contra os R$ 886,5 milhões observados em 2017. Além disso, só em janeiro deste ano o montante arrecadado pelas seguradoras atingiu R$ 97,1 milhões, alta de 3,8% em comparação ao mesmo mês do ano passado (R$ 93,5 milhões).

De acordo com o diretor comercial da Euler Hermes, Luciano Mendonça, a maior parte da carteira veio de novos segurados exatamente pela maior percepção de risco que a crise trouxe para dentro das empresas.

“Muitas companhias que tomaram perdas e foram obrigadas a absorver prejuízos nos anos anteriores, começaram a olhar o que poderiam usar para proteção. Há todo um movimento de profissionalização do departamento de crédito desses negócios que passa exatamente por esse tipo de seguro”, explica.

Já segundo a CEO da Coface, Marcele Lemos, essa percepção de risco mudou não somente nas empresas seguradas, mas até mesmo no sistema financeiro, o qual passou a enxergar a apólice como uma ferramenta de segurança.

“Outro ponto importante também é um aumento da demanda do lado das instituições financeiras. Bancos e Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios (Fidcs), por exemplo, buscam o produto como uma nova ferramenta de mitigação de riscos. Isso sem contar as empresas que também usam a cobertura como garantia na hora de tomar empréstimos”, diz a executiva. Essa alta do segmento veio acompanhada de um aumento dos preços cobrados no seguro de crédito para compensar os altos níveis de perda das seguradoras nos anos de 2015 e 2016.

Ainda segundo informações da Susep, por exemplo, o maior volume mensal de sinistros ocorridos nesses anos chegou a R$ 134,8 milhões em junho de 2015 e até R$ 144,8 milhões em junho 2016. Em 2018, por outro lado, o maior valor de sinistralidade registrado foi de R$ 64,9 milhões, no mês de agosto.

“Apesar de no total de 2018 a sinistralidade do setor ter ficado perto de 18%, bem abaixo do observado antes, muitas seguradoras aumentaram as taxas cobradas e os preços do seguro como forma de compensar os prejuízos advindos dos sinistros de anos anteriores”, comenta Mendonça.

Lemos destaca, ainda, o maior conservadorismo do mercado segurador na hora de montagem das carteiras e vendas de apólices, também de forma a mitigar o risco de sinistro. “Fomos e continuamos sendo mais conservadores na tomada de decisão, escolhendo bem os clientes novos para não aumentar os riscos nos setores mais afetados pela crise e que ainda apenas começam a retomar. Assim, recuperamos muito do valor perdido em indenizações passadas e mantivemos uma baixa entrada de novos sinistros”, completa.

Para os próximos meses, a estimativa dos especialistas é de que “muitas empresas voltem à lucratividade” neste ano frente a perspectiva de retomada do crescimento econômico, o que deve impulsionar ainda mais a venda de novas apólices do seguro de crédito.

“Vemos 2019 de maneira muito positiva e promissora, onde a parte corporativa do País já conseguiu sair da estagnação de antes e começa a projetar novos investimentos para os próximos meses. Ainda não terminamos nem o primeiro trimestre, por exemplo, mas já conseguimos antecipar a meta da metade do ano por aqui. Os números serão até melhores do que o visto em 2018”, avalia Mendonça.

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