Breaking News

Internet das coisas ajuda a personalizar apólices

Fonte: Valor Econômico 

Divulgação
Dragone, da Bradesco: "Monitorar comportamento reduz custo de sinistro"

Seguradoras apostam na internet das coisas (IoT) para oferecer melhor proteção aos clientes. A tecnologia promete visão mais completa do segurado e do seu contexto, o que possibilita apólices mais personalizadas. "IoT permite que vários processos e serviços sejam integrados e centralizados em um único lugar, facilitando venda e consumo", diz Fabio Dragone, diretor de digital e inovação do grupo Bradesco Seguros.

Em cenário ideal, projetos unem IoT, big data, aprendizado de máquina e outras inovações para tirar proveito de dados gerados em toda coisa inteligente usada pelo cliente, de relógio a casa conectada. Juntos com outras informações internas e externas, os dados melhoram avaliação, prevenção e mitigação de risco.

No Brasil, iniciativas recentes aproveitam telemetria nativa do celular, como acelerômetro, giroscópio e localização por satélite (GPS). Com esses recursos, aplicativos monitoram velocidade, curvas, arrancadas, frenagens e até uso do celular pelo motorista enquanto dirige. Isso ajuda a seguradora a traçar perfis de direção e a incentivar boas práticas no trânsito com dicas, prêmios e descontos. "Monitorar comportamento reduz custo de sinistro e preço final do seguro", afirma Dragone, salientando que, por lei, em todas as soluções o cliente precisa concordar em disponibilizar seus dados.

O diretor diz que o primeiro pilar na estratégia de IoT do grupo é o uso da inteligência artificial BIA integrada com assistente do Google (Google Assistant). A BIA pode ser acionada pelo celular para pedido de guincho, por exemplo, ou por meio de dispositivos de parceiros. "Ela nos permite estar em praticamente qualquer dispositivo que o cliente já tenha, como carro, televisor, celular e relógio, além de casa conectada". Projetos para outras áreas, como saúde e patrimonial, estão em andamento no espaço de inovação do Bradesco.

Na Porto Seguro, os primeiros projetos ajudaram a identificar potenciais de aplicação e receptividade da tecnologia. Marcos Sirelli, diretor de TI, destaca o app Trânsito+gentil, que avalia perfil de condução e foi baixado por cerca de 900 mil clientes e não clientes. Ao baixar o app, o usuário ganha 5% de desconto no seguro.

Sirelli afirma que, embora menos preciso que a telemetria instalada no próprio carro, o app é muito eficaz, além de ser o meio mais rápido para atingir grande número de pessoas com serviços inovadores. "Os rastreadores que usamos há tempos para localização de veículos furtados, por exemplo, dificilmente chegam a todos os clientes, devido ao custo."

A experiência adquirida pela Porto Seguro em IoT inclui sensores para rastreamento de bagagens, um opcional do seguro viagem que foi descontinuado quando a startup que criou a solução mudou o foco de atuação. A seguradora também utiliza sensores em contêineres para recebimento gratuito de lixo eletrônico. Os aparatos comunicam-se diretamente com empresas que recolhem o lixo para descarte seguro.

Na Youse, plataforma de vendas de seguros on-line da Caixa Seguradora, a iniciativa concreta de IoT é o Youse Trips, app para avaliação de perfil de direção. Com uso de aprendizado de máquina, a startup personaliza ofertas e oferece descontos que reduzem entre 10% e 30% o valor mensal pago pelo segurado. A empresa também presta serviços a donos de veículos Ford de 2014 em diante. "Detectamos, por exemplo, se o airbag foi acionado, entramos em contato com o motorista e, se preciso, iniciamos os trâmites de tratamento de sinistro", afirma.


Nenhum comentário

Escreva aqui seu comentario