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União oferece participação no IRB a bancos privados

Fonte: Valor Econômico 

O governo ofereceu sua participação no ressegurador IRB ao Bradesco e ao Itaú Unibanco em reunião que ocorreu no fim da tarde de sexta entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e os presidentes dessas instituições, respectivamente Octavio de Lazari Jr. Candido Bracher.

Os bancos já são acionistas do IRB e têm prioridade para ficar com a fatia da União. Embora tenham saído do encontro com a promessa de analisar a possibilidade, Bradesco e Itaú têm pouco interesse em exercer o direito de preferência, segundo duas fontes disseram ao Valor. Procurado, o Itaú não comentou o assunto. O Bradesco não se manifestou até o fechamento desta edição.

O mais provável é que o governo ofereça suas ações no mercado por meio de oferta pública. Não está definido se a saída da União se dará na mesma operação em que serão vendidos os papéis do Banco do Brasil (BB).

Na hipótese de venda em bolsa, um assunto que ainda precisa ser discutido é a necessidade de alterações legais para permitir que o IRB tenha apenas "acionistas relevantes" - como são os dois bancos privados - e não necessariamente "acionistas controladores". Conforme a legislação vigente, seguradoras e resseguradoras devem ter controle definido, assim como os bancos. A saída do BB e da União poderia transformar o IRB em uma empresa sem controle definido, e, portanto, levantaria essa questão.

A União tem 11,7% das ações do IRB e uma "golden share", enquanto a BB detém 15,2%, mesma fatia do Bradesco Seguros. O Itaú Seguros, por sua vez, tem 11,1%. O Fundo de Investimentos em Participações Barcelona, gerido pela Caixa, tem 3%.

Ao mesmo tempo em que o governo analisa sua saída, o BB avança nos preparativos para a oferta de sua fatia no IRB. A operação está prevista para ocorrer até a segunda quinzena de julho. A venda da fatia do banco foi antecipada pelo Valor em março. O presidente do BB, Rubem Novaes, disse recentemente que os preparativos para a oferta estavam avançando e o IRB seria o segundo ativo na lista de desinvestimentos, atrás da Neoenergia.

O sindicato da oferta deve ser formado pelos bancos de investimento do BB, Caixa, Bradesco e Itaú, além de dois estrangeiros, uma vez que as ações do IRB têm apelo para o capital externo. Na corrida, estariam J.P. Morgan, Citi, Bank of America e UBS.

Na reunião de sexta, o governo também sinalizou que deve realizar, antes da venda da participação no IRB, a cessão de riscos do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (ProAgro) para resseguradores privados. Hoje, é o próprio governo que se ressegura no programa. Se a proposta avançar, a expectativa é que o mercado tenha aumento expressivo de prêmios - o que tornaria mais atrativa a venda da fatia do governo no IRB, segundo uma fonte.

O valor de mercado do IRB é de R$ 31,2 bilhões. A ação fechou sexta em queda de 2,82%, a R$ 99,90.

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