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Porto Seguro deve retomar crescimento de prêmios no 2º semestre

Fonte; Valor Econômico 

A queda de receita da Porto Seguro no segundo trimestre esconde, na verdade, uma boa notícia. A diminuição vem na esteira da redução dos riscos no segmento Auto, o principal da companhia, argumenta o diretor geral de seguros e investimentos, Marcelo Picanço, em entrevista ao Valor. Com menor frequência de roubos e furtos de veículos - tendência que se consolidou no ano passado -, a seguradora reduziu os preços das apólices. Isso se traduziu em uma queda de 4,6% nos prêmios emitidos no segmento Auto, ante o segundo trimestre de 2018. Com isso, as receitas totais atingiram R$ 4,4 bilhões, queda de 2,3% também na comparação anual.

O recuo nos preços, no entanto, tem sido compensado pelos menores custos com sinistros. Tanto que a rentabilidade manteve-se crescente com um lucro líquido de R$ 381 milhões, alta de 14% frente ao intervalo de abril a junho de 2018. No semestre, o lucro atingiu R$ 680,5 milhões, alta de 11% frente aos R$ 613 vistos na primeira metade de 2018. Isso mesmo com receitas totais 1,3% menores na comparação anual, de R$ 8,777 bilhões ante R$ 8,895 bilhões registrados entre janeiro e junho de 2018.

Conforme Picanço, "há vários fenômenos [acontecendo] ao mesmo tempo". O executivo ressaltou que apesar de a receita ter recuado, "não só continuamos entregando expansão e lucros, mas tivemos crescimento da frota [de veículos segurados], ou seja, mais pessoas fazendo seu seguro conosco do que antes". A quantidade de autos segurados pela Porto subiu em 200 mil no segundo trimestre ante um ano.

O segundo semestre deve marcar uma retomada do crescimento do volume financeiro de prêmios emitidos pela Porto, enfatiza Picanço. Com expectativa de uma melhora do cenário econômico e pelo fato de o ajuste técnico dos preços já ter sido realizado nos últimos trimestres, os resultados de prêmios devem voltar a se elevar. "A redução técnica não deve acontecer novamente [nos próximos trimestres] e, se a retomada do crescimento econômico se confirmar, o crescimento em prêmios vai se normalizar."

Apesar da queda dos prêmios, o balanço da Porto surpreendeu em outras linhas. O resultado financeiro, justamente um dos fatores que mais afetou negativamente os números no ano passado, apresentou uma subida de 46% na comparação com o segundo trimestre de 2018. A melhora, diz Picanço, reflete principalmente um processo de ajuste da estratégia de investimento das carteiras de ativos ao longo dos últimos períodos.

A rentabilidade média do portfólio de reservas técnicas da seguradora, sem considerar previdência privada, alcançou 158% do CDI, com 2,4% de ganho nominal no trimestre. "Temos feito um reposicionamento dos ativos da empresa no longo prazo, com foco em papéis prefixados e atrelados à inflação, além de ações." De acordo com Picanço, mesmo o novo ciclo de corte da Selic tende a afetar pouco o resultado financeiro da companhia daqui para a frente.


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