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China: peste suína africana pressiona contas das seguradoras

Fonte: Eco - Portugal

As companhias de seguros da China que operam no setor agrícola, especialmente na pecuária, estão a sofrer um duro golpe financeiro com o surto devastador da peste suína africana, que acabou com uma parcela significativa da população de porcos do país.

A pressão sobre as seguradoras decorre, sobretudo, da relutância dos governos locais em classificar as mortes de suínos como causadas pela doença, a fim de evitar o pagamento de subsídios, adiantou Lin Changqing, vice diretor-geral da área de seguros agrícolas da Companhia Popular de Seguros da China Ltd (PICC, na sigla em inglês), num fórum realizado esta semana, em Pequim.

Com as autoridades locais a cortarem no esforço das suas próprias responsabilidades, as companhias de seguros têm sido sobrecarregadas com pagamentos de sinistros mais altos, explicou Lin.

A margem (negativa) no seguro de suínos subiu para cerca de 130%, o que significa que para cada 100 yuan renmimbi arrecadados em prémios, as empresas estão a pagar 130 yuans, disseram vários especialistas ouvidos pelo site de informação financeira Caixin. Antes do surto da doença, o rácio variava entre 50% a 60%.

A PICC, companhia de capital estatal, é o maior operador no mercado de seguros agrícolas da China, com uma participação de cerca de 50%. No primeiro semestre deste ano, a companhia efetuou pagamentos de sinistros líquidos de 7,31 bilhões de yuans (cerca de 942,3 milhões de euros), um aumento de 24,3% em termos homólogos, segundo dados do seu relatório financeiro.

Sistema é insustentável

“Desde 2008, a indústria de criação de porcos está no vermelho e isso demonstra que o atual sistema de seguro de porcos vivos é insustentável“, disse Bi Daojun, funcionário do departamento de seguros agrícolas da Comissão Reguladora de Banca e Seguros da China, o órgão de vigilância de seguros do país.

Atualmente, o sistema de seguro de porcos vivos tem duas componentes – uma baseada em políticas, em que a subscrição e os preços são determinados por vários departamentos governamentais no início do ano, e um componente de seguro comercial em que as empresas recebem prémios e pagam indemnizações.

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