Seguro auto com assinatura mensal chega ao mercado
Após seis meses de testes, o seguro de veículos por assinatura mensal, fruto da parceria entre a startup brasileira ThinkSeg e o grupo Generali, chega oficialmente ao mercado nesta semana. As empresas vão lançar o novo modelo de cobertura, com contrato por mês e adicional de alguns centavos por quilômetro rodado.
Inspirada nas plataformas de mídia on-line, como Netflix e Spotify, segundo Andre Gregori, CEO da ThinkSeg, a novidade é uma versão do gênero “pay per use” (PPU), ou seja, pague quanto usar, em tradução livre. Nos último seis meses, o produto permaneceu com um número restrito de usuários em São Paulo, conforme antecipado pelo Valorem junho. A partir desta semana, o serviço será expandido para o Brasil inteiro.
Em meados de setembro, a Superintendência de Seguros Privados (Susep) autorizou e normatizou a nova modalidade. Um dos sistemas mais conhecidos do pay per use é o chamado seguro liga-desliga. Nesse formato, o usuário pode acionar ou interromper a cobertura conforme esteja ou não em utilização. Um motorista, por exemplo, liga a proteção ao tirar o carro da garagem e desliga ao retornar para o estacionamento.
No modelo lançado pela ThinkSeg e Generali, o usuário paga uma mensalidade fixa, como nas plataformas de música e filmes. O valor tem acréscimo de três a oito centavos por quilômetro rodado no fim do período. A cobrança por quilômetro varia de acordo com critérios como idade e uso do veículo.
Segundo o italiano Michele Cherubini, diretor de estratégia e novos negócios da Generali, a parceria da seguradora com a ThinkSeg vai além do produto por assinatura. “É uma parceria estratégica para a Generali, como um laboratório de inovações para o grupo crescer como plataforma na América Latina e no mundo”, afirma.
Conforme Gregori, o formato de contratação e cancelamento do novo produto também segue o padrão das assinaturas on-line. Isso significa que o cliente pode interromper o serviço em qualquer mês ou contratar a utilização a qualquer tempo, diferentemente do sistema tradicional de apólice auto contratada por ano.
“Faz pelo menos três anos que estamos batalhando para chegar finalmente onde a gente está agora”, diz o sócio da startup. O período foi necessário para “colocar na rua aquilo que a gente imaginava que era o que o consumidor buscava, uma coisa mais transparente e diferente do que existe no mercado”, considera.
De acordo com o executivo, a contratação do serviço é 100% digital. “A pessoa entra via canal de busca, fecha o negócio, transmite e emite a apólice, tudo digitalmente”, afirma. “A contratação do seguro passou de cerca de 20 minutos para 2 minutos em ambiente 100% on-line e essa simplificação só foi possível a partir de algoritmos de análise de dados da pessoa e do veículo”, acrescenta.
O seguro PPU da plataforma ThinkSeg/Generali aceita veículos com valor mínimo de R$ 20 mil e máximo de R$ 300 mil, avaliados na tabela Fipe. A cobertura PPU abrange roubo, furto, colisão e terceiros. A lista de prestadores de serviços credenciados conta com cerca de 4 mil oficinas, além de uma rede para atendimento de serviços de socorro mecânico, guincho, reboque e reparos gerais - vidro, farol, lanterna, retrovisor e para-choque.
“A estimativa é que esse seguro gere uma economia de até 50% para o motorista que dirige pouco”, diz Gregori. No PPU, um carro 2019 com preço até R$ 80 mil, que roda até 10 quilômetros todo dia, paga em torno de R$ 100 de assinatura mensal e mais cinco centavos por km rodado. De acordo com o exemplo, se o aplicativo mostrar 300 quilômetros rodados no mês, o motorista vai pagar R$ 115 na assinatura mensal do seguro.
Um aplicativo para smartphones desenvolvido pela insurtech acompanha a distância percorrida e avalia o modo de condução do veículo por meio de sete variáveis: aceleração, velocidade, frenagens, viradas, uso do celular na direção, horário e locais onde trafega. De acordo com a ThinkSeg, o segurado com melhor comportamento no volante ganha pontos e, com isso, desconto no seguro.
Conforme o CEO da insurtech, o mesmo conceito pay per use serve para outros tipos de seguro como o saúde individual e o de vida. “A gente já tem conversas bastante avançadas para essas duas linhas e, em meados do ano que vem, devemos lançar um novo produto pay per use, de saúde ou de vida.”
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