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Setor de seguros dribla crise e cresce com inovação, avalia o presidente da CNseg

Fonte: CNseg

“O volume de arrecadação dos planos de risco já é 28% maior do que o ramo de automóveis”, destacou Coriolano, com R$ 41,9 bilhões, enquanto auto acumula R$ 32,7 bilhões

O volume de arrecadação dos planos de risco já é 28% maior do que o ramo de automóveis”, destacou o economista e presidente da CNseg, com R$ 41,9 bilhões, enquanto auto acumula R$ 32,7 bilhões

O setor segurador deve encerrar 2019 com dois dígitos. Um fato a ser comemorado diante de uma economia que ainda patina. O setor se reinventa a cada dia e assim consegue manter vendas e lucro em alta. Márcio Coriolano, presidente da CNseg, a confederação das seguradoras, fez alguns comentários sobre este tema exclusivos para o blog Sonho Seguro.

Como economista, Coriolano gosta de contextualizar os números, olhando o passado, analisando o presente para assim projetar o futuro. “A taxa geométrica anual do setor entre 2014 e 2018 foi de 6,5%, muito boa para um período de crise recessiva da economia brasileira. Nos chamados ramos elementares, o ramo de automóveis teve o pior desempenho, já capturando efeitos de menor produção, queda de renda, uberização e avanço do mercado marginal de proteção veicular”, pontua Coriolano.

Ele destaca que os ramos patrimoniais avançaram crescentemente no período, notadamente o seguro residencial, como efeito do desejo de proteção de patrimônios básicos em contexto de insegurança. O ramo rural, segundo ele, é a maior evidência do progresso de um setor econômico que mitigou os efeitos da recessão. Já o ramo de crédito e garantias também veio crescendo progressivamente, particularmente o seguro de garantias judiciais, exemplo maior da insegurança dos contratos no Brasil.

No entanto, a grande vedete tem sido o segmento de pessoas, que se afirmou como polo dinâmico no período 2014/2018. “Todos os ramos cresceram, mesmo considerando o período de volatilidade de ativos em 2018 que afetou negativamente os Planos de Acumulação. Os planos de risco (morte, invalidez e doenças) vêm aumentando o seu protagonismo a cada ano. Tanto quanto o ramo residencial, fruto da preferência pela proteção em tempos de crise, desta vez proteção da família e do futuro”, ressalta o economista. Os títulos de capitalização sofreram bastante no primeiro período, como resultado da longa revisão dos produtos pela Susep, até definitiva regulamentação pelo CNSP.

De volta a 2019 – Até novembro de 2019, houve crescimento de 12,2% comparado ao mesmo período de 2018, elevando a receita para R$ 243,4 bilhões. Com o resultado de novembro, o setor cresce dois dígitos pelo sexto mês consecutivo puxado pelo desempenho dos seguros de pessoas (planos de risco e de acumulação), continua a exibir tons azuis no ano em termos de arrecadação.

Em 2019, o segmento de pessoas firmou o seu protagonismo, crescendo a uma taxa de 15,4%, em contexto de inflação inferior a 4%. A recuperação do VGBL no segundo semestre tem forte contribuição. “A nota importante do desempenho setorial recente, no segmento de pessoas, são os planos de risco. Boa nova, colocando o Brasil em patamares de cultura securitária de países desenvolvidos. O volume de arrecadação dos planos de risco já é 28% maior do que o ramo de automóveis”, destacou. Nesses 11 meses, os planos de risco – com destaque para os seguros de vida (20%) e prestamista (21,3%) – subiram 14,5%, ao passo que os planos de previdência, 17,1%, reflexo direto da evolução dos produtos da linha VGBL (18,3%).

No segmento de ramos elementares, a taxa global foi semelhante à de 2018/2014, embora com dinâmica interna diversa. Em 2019 o ramo de automóveis manteve o seu valor nominal relativamente ao ano anterior. Enquanto os ramos patrimoniais continuam a sua escalada de crescimento. O ramo rural permanece evoluindo em resposta ao setor mais dinâmico da economia, detalha Coriolano.

Quanto aos títulos de capitalização, Coriolano destaque que eles foram destravados após aquele período em modo de espera da regulamentação nova de produtos. E a reação foi proporcional à demanda reprimida por esses títulos, destaca.

O que chama a atenção no desempenho recente do setor de seguros é a pequena expressão dos seguros de grandes riscos e daqueles mais “modernos”, como o D&O e seguros cibernéticos, diz Coriolano. “Ora, comportamento previsível, considerando que a crise recessiva de 2015 a 2018 afetou fortemente a produção e a expansão e modernização do parque industrial e de comércio brasileiros, grande demandante de seguros. Por outro lado, há que considerar que o Governo Federal permanece como o maior segurador brasileiro, ainda retendo o monopólio dos seguros de acidentes do trabalho e de grande fatia do crédito à exportação”, pondera o presidente da CNseg.

O segmento de Danos e Responsabilidade (sem os prêmios do DPVAT) no acumulado do ano até novembro registrou prêmios 5,2% maior no período, atingindo R$ 67,2 bilhões. O desempenho mensal de novembro também é bastante positivo. A receita teve salto de 8,2% na comparação com o mesmo mês do ano passado, somando R$ 22,8 bilhões. No mês, chamou a atenção a taxa de expansão de algumas modalidades de seguros patrimoniais, a começar de Riscos de Engenharia (alta de 163,7% sobre novembro de 2018); Responsabilidade Civil D&O (83,2%); e Rural (22,1%), por exemplo.

No editorial da nova edição da Conjuntura CNseg, ele lembra que o desempenho é, em grande parte, resultado da preferência pela proteção contra eventos que, em ciclo baixo da economia, ameaçam a estabilidade das rendas familiares, como os sinistros de morte, acidente e invalidez e, por outro lado, da grande exposição da população a cada vez mais próxima necessidade de acumulação de recursos compensatórios da Reforma da Previdência.

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